Introdução: Nos últimos anos foi observado um aumento exponencial das técnicas endovasculares ablativas a laser para varizes de membros inferiores (MMII) em detrimento das técnicas clássicas. Esse procedimento, no entanto, não está isento de complicações, como parestesias nos MMII, uma condição rara associada a um potencial prejuízo na qualidade de vida do paciente. Objetivos: Analisar o impacto e repercussão neurológica do procedimento endolaser em pacientes com varizes em MMII. Metodologia: Foi realizada uma revisão de prontuário do paciente acompanhado ambulatorialmente em um hospital particular de Alagoas, que participou do programa filantrópico financiado por um médico vinculado a uma Universidade de Alagoas, na cidade de Maceió/AL. Para fins de base teórica e embasamento científico foram utilizadas as bases de dados indexadas Pubmed e SciELO. Resultados e discussão: Paciente do sexo masculino, 64 anos, sem comorbidades, portador de refluxo segmentar da veia Safena Magna, varizes superficiais e perfurantes insuficientes bilateralmente. Foi submetido a procedimento de endolaser para tratamento de varizes e, após a realização, queixou-se de parestesia bilateralmente. Realizou exame Eletroneuromiografia nos MMII, cujo resultado evidenciou grave queda na Amplitude em Potencial dos nervos sensitivos Safeno, Sural e Fibular Superficial, além de discreta redução nas suas Velocidades de Condução Sensitiva. Os achados foram sugestivos de Polineuropatia Sensitiva Axonal, crônica e simétrica. Embora seja considerado mais seguro, menos invasivo e com menor tempo de recuperação, a ação do laser endovenoso para varizes possui a complicação da parestesia com incidência variando na literatura de 0 a 5%. Tal complicação é resultante da lesão ao nervo periférico, causada pela proximidade das fibras nervosas à veia submetida ao procedimento, uma vez que a veia Safena Magna coexiste em uma relação anatômica importante com os nervos sensitivos. Conclusão: Embora raras, as complicações do tratamento da ablação endovenosa podem impactar negativamente a qualidade de vida dos pacientes. Em casos de parestesia, a Eletroneuromiografia é um exame que possui boa elucidação diagnóstica para a pesquisa do nervo acometido.
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