Introdução: O manejo de feridas na atenção primária é um componente essencial do cuidado de saúde, influenciando diretamente a qualidade de vida dos pacientes, especialmente dos idosos, que são mais vulneráveis devido à fragilidade cutânea e a outras condições de Saúde. Cada ferida possui características únicas que demandam um tratamento personalizado, considerando as especificidades do paciente, o tipo de lesão e a fase de cicatrização; podendo-se adotar novas estratégias de terapias curativas como: terapias de compressão, curativos biológicos e compostos, terapias com luz. Objetivo: Analisar uma dessas novas terapias curativas no tratamento de feridas que possa ser aplicável na atenção primária, como a Bota de Unna. Metodologia: Esta é uma experiência exitosa de uma enfermeira na Atenção Básica, onde foram atendidos três casos de lesões cutâneas, que apresentaram atraso significativo no processo de cicatrização. Foi avaliado a condição clínica e da ferida do usuário; e junto a um estomoterapêuta foi decidido instituir a terapia de compressão por Bota de Unna. Resultados/Discussão: A implementação dessa técnica resultou em uma melhora significativa nas condições dos pacientes. Houve redução progressiva do tamanho das feridas, diminuição do exsudato e alívio da dor. O edema reduziu consideravelmente, e a circulação venosa apresentou progresso, facilitando a cicatrização e consequentemente melhoria na qualidade de vida dos pacientes, autonomia e recuperação da autoestima. A Bota de Unna revelou-se uma alternativa valiosa no tratamento de feridas na atenção primária, destacando-se como ferramenta importante no arsenal terapêutico dos enfermeiros. Este relato reforça a importância da avaliação contínua e da disposição para adotar novas abordagens terapêuticas mesmo na atenção primária. Os desafios enfrentados foram muitos tanto para a equipe de saúde como para os usuários, tendo em vista que se trata da adoção de uma técnica não usual na rotina da unidade que necessita de insumos adequados como a própria Bota de Unna, treinamento da equipe, adesão dos usuários ao uso da bota e limitação de recursos financeiros. Conclusão: A experiência relatada demonstra que, apesar das dificuldades, a adoção de práticas facilitadoras e a melhoria dos protocolos podem levar a avanços significativos. É crucial investir em formação, recursos materiais e promover a colaboração entre os profissionais de saúde.
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