Introdução: O processo de urbanização dos povos indígenas vem ocasionando mudanças que contribuem para o aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), cooperando para o desenvolvimento de desfechos cardiovasculares. Objetivo: Investigar a prevalência e os fatores associados ao desenvolvimento de DCNT em mulheres indígenas do estado de Alagoas, Brasil. Metodologia: Inquérito domiciliar, de base populacional, transversal, com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados em onze comunidades indígenas (amostra probabilística). Foram consideradas elegíveis todas as mulheres indígenas, não gestantes, na faixa etária dos 19 aos 59 anos, residentes nas aldeias sorteadas. A coleta de dados ocorreu no período de setembro/2022 a dezembro/2023. Dados sobre pressão arterial, antropometria e bioquímicos foram digitados em Tablets constando formulários semiestruturados. A análise estatística foi realizada com o software Stata® 12.0. O projeto foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CAAE 29121120.0.0000.5013). Resultados e Discussão: Foram submetidas a testagem de hemoglobina glicada 527 mulheres, 100 (19,0%) apresentaram níveis entre 5,7% a < 6,5% indicando pré-diabetes. 352 indígenas realizaram exame para triglicerídeos, 185 (52,6%) apresentaram níveis ?150 mg/dL. Quanto ao HDL-c, 340 mulheres foram testadas, 206 (60,6%) apresentavam valores insatisfatórios (<50mg/dL). 420 mulheres foram avaliadas quanto ao índice de massa corporal, destas 149 (35,5%) eram obesas, e 419 foram avaliadas em relação aos níveis de pressão arterial, destas 90 (21,48%) apresentaram hipertensão arterial sistêmica. Segundo Francisco et al. (2024), 60% da população indígena brasileira apresenta pelo menos uma doença crônica, o que corrobora com os achados deste estudo. Conclusão: Os resultados preliminares desse estudo enfatizam sobre a importância de implementação de medidas de fortalecimento de políticas públicas de saúde para essa população e a consolidação de uma assistência que atenda à problemática apresentada. Descritores: Indígenas; Fatores de Risco; Doenças Cardiovascular. Principais Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. São Paulo: Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2020. FRANCISCO, P. M. S. B. et al. Doenças crônicas na população indígena não aldeada: dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. Saúde em Debate, v. 48, n. 142, p. 01-11, 2024.
Comissão Organizadora
Comunic Eventos
RENATA DA SILVA MIRANDA
Guilherme benjamim Brandão pitta
Leandro Maia Leão
Marcelo Araujo
Aldemar Araujo Castro
Raquel Teixeira Silva Celestino
Andressa Silva
Comissão Científica