Introdução: A ruptura muscular da panturrilha é frequente em indivíduos que realizam atividades físicas intensas, como exercícios em academias que demandam sobrecarga muscular. Quando não tratada adequadamente, pode evoluir para complicações graves, como a trombose venosa profunda (TVP), condição potencialmente fatal. A presença dessas condições em uma mesma extremidade representa um desafio clínico que exige diagnóstico e manejo rápidos. Objetivo: Descrever um relato de caso de ruptura muscular da panturrilha direita que evoluiu para TVP, destacando a importância do diagnóstico precoce e do manejo apropriado. Metodologia: Relato de caso de um homem de 38 anos, praticante regular de musculação, que sofreu lesão na panturrilha direita durante um exercício com sobrecarga. O paciente relatou dor súbita, edema progressivo e dificuldade para caminhar. Sem procurar assistência inicial, os sintomas evoluíram, com aumento do edema e formação de hematoma extenso. Após 15 dias, realizou-se ultrassonografia com Doppler venoso, que identificou ruptura muscular com hematoma volumoso (15,3 × 1,8 × 3,6 cm) e trombos agudos nas veias gastrocnêmias mediais, uma veia solear e na safena parva. O tratamento seguiu o protocolo RICE (repouso, gelo, compressão e elevação), mas a confirmação da TVP exigiu anticoagulação terapêutica, mobilização precoce, fisioterapia progressiva e monitoramento por exames de imagem. Resultados e Discussão: O ultrassom Doppler foi crucial para confirmar a coexistência das condições e orientar o manejo adequado. Rupturas musculares geralmente apresentam bom prognóstico com medidas conservadoras, mas a evolução para TVP exige vigilância e intervenção imediata. A anticoagulação foi essencial para prevenir complicações graves, como embolia pulmonar. A fisioterapia progressiva contribuiu para preservar a função muscular e evitar sequelas motoras. Este caso enfatiza a importância do monitoramento clínico rigoroso em lesões musculares que apresentam piora, como edema persistente e hematomas extensos, fatores que indicam risco de complicações trombóticas. Conclusão: O relato reforça a relevância do diagnóstico precoce e do manejo diferenciado em lesões musculares complicadas por TVP. A combinação do ultrassom Doppler e intervenções específicas foi fundamental para a recuperação do paciente, destacando a necessidade de uma abordagem integrada e eficiente em situações clínicas semelhantes.
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