USO LARVOTERAPIA COMO PROTOCOLO PARA FERIDAS DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO: REVISÃO DE LITERATURA

  • Autor
  • Natalia Rodrigues do Nascimento
  • Co-autores
  • Mateus Gonzaga Marques , Sylvia Silva de Oliveira
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: A terapia larval ou larvoterapia consiste na aplicação de larvas estéreis e vivas da espécie Chrysomya megacephala, cultivadas em laboratório, sobre o leito de lesões e feridas de difícil cicatrização ou infectadas. Outrossim, a terapia visa acelerar o processo de cicatrização de feridas através da remoção de secreções e tecidos desvitalizados por meio de três processos chave: desinfecção, desbridamento e ativação do fator de crescimento. No contexto da prática de Enfermagem, o protocolo inclui uma avaliação criteriosa das lesões, seleção adequada das larvas e a aplicação, em condições estéreis, para obter um melhor prognóstico. Ademais, é crucial monitorar continuamente a resposta da ferida durante o protocolo de tratamento, avaliar possíveis efeitos adversos individualmente e realizar as trocas de larvas conforme a necessidade exigida para garantir uma assistência segura e promover uma recuperação eficaz. OBJETIVO: Identificar as principais evoluções clínicas das lesões de difícil cicatrização durante a aplicação do protocolo de terapia larval realizado pelo enfermeiro. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura, do tipo qualitativa e exploratória, realizada em junho de 2024, nas Bases de Dados Google Scholar, Lílacs e PubMed. Como estratégia de busca foram utilizados os descritores: ‘’Larvas’’, ‘’Cicatrização de feridas’’ e ‘’Enfermagem’’ e seus sinônimos em língua inglesa. A amostra foi integrada conforme os seguintes critérios de inclusão: artigos disponíveis online; na íntegra; gratuitos, escritos nos idiomas português ou inglês, publicados no período de 2004 a 2024 e que abordassem as principais evoluções clínicas das lesões de difícil cicatrização durante a administração da terapia larval pelo enfermeiro. Os artigos duplicados e que não atenderam aos critérios de inclusão pré-estabelecidos foram descartados da pesquisa. RESULTADOS: Emergiram 50 artigos, e após a leitura, na íntegra, apenas 9 contemplaram a conformidade dos critérios de elegibilidade e compuseram a amostra final. No entanto, uma dificuldade preeminente foi o reduzido número de publicações científicas atualizadas sobre a relevância da terapêutica como método de escolha, contudo, as principais evoluções clínicas das lesões durante a administração da terapia larval, evidenciadas, foram: ação bactericida eficaz, inclusive contra bactérias resistentes a antibióticos; também foi considerada mais eficiente em feridas por gram-positivos. Comparado a terapias convencionais, como o uso de hidrocolóide ou solução salina, apresentou um custo operacional menos oneroso. Além disso, houve redução na necessidade de amputação de membros em casos de úlceras de pé diabético, diminuição da dor e do odor das feridas, estadias hospitalares mais curtas e um tempo de cicatrização significativamente melhor em feridas complexas no grupo de intervenção comparadas aos outros protocolos disponíveis na assistência. CONCLUSÃO: Assim, os resultados obtidos indicam que a larvoterapia pode ser considerada uma alternativa promissora para o tratamento de feridas complexas de múltiplas etiologias, especialmente no que tange à remoção biológica de tecido desvitalizado. Isso é particularmente relevante em casos onde as terapias convencionais não apresentam uma resposta terapêutica adequada. Para tanto, a indicação deste protocolo deve ser embasada na tríade: aceitabilidade do paciente, melhor evidência científica disponível e expertise do profissional responsável pela administração do protocolo, com vistas a garantir segurança e eficácia da intervenção.

  • Palavras-chave
  • Terapia de Debridamento Larval; Ação Bactericida; Enfermagem.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Pele e feridas
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ISBN: 978-65-984820-0-8

DOI: http://doi.org/10.55664/cied2024

Ficha catalográfica: https://bnweb.cbl.org.br/scripts/bnweb/bnmcip.exe/ficha?228680 

  • Pele e feridas
  • Podiatria
  • Estética

Beatriz Araújo Matias

Geylane Melo

Rhayssa de Oliveira e Araújo

Yales Romenna Ferreira Costa e Silva

Thalyne Yurí Araújo Farias Dias

Daniela Karla Soares da Silva