INTRODUÇÃO
O glioblastoma (GBM) é um tumor cerebral altamente maligno que quase inevitavelmente progride ou se repete após o padrão de cuidado da primeira linha. Não há consenso quanto ao melhor tratamento para oferecer às pessoas sobre a progressão da doença ou recorrência. É altamente agressivo com uma sobrevida de 15 a 16 meses, sendo uma das malignidades mais desafiadoras em relação ao tratamento e o prognóstico sombrio permanece. A qualidade de vida dos pacientes é progressivamente afetada devido ao crescimento infiltrativo do tumor. Avaliar a eficácia de novos tratamentos/s para a primeira e posterior progressão ou recorrência do GMB caracteriza como ponto crucial para intervenções por prática baseada em evidências. Assim, esse trabalho objetiva-se em apresentar um compilado sobre as evidências atuais para tratamento de glioblastoma recém-diagnosticado.
MÉTODO
Nesta revisão narrativa de literatura, desenhada com objetivo de responder a seguinte pergunta de pesquisa: "Quais as atualizações terapêuticas para pacientes recém-diagnosticados com glioblastoma?" A busca foi filtrada em ensaios clínicos randomizados, publicados nos últimos 5 anos, em idiomas inglês e português, descartando a literatura cinzenta e realizada nas plataformas de dados PubMed e Scielo. Os descritores utilizados, pesquisados de acordo com o DeCS e MeSH, foram "Glioblastoma", "treatment" e "immunology''. Os termos foram combinados pelos operadores booleanos: “AND”; “OR”, que resultaram em 43 artigos, sendo selecionados 4 artigos completos.
RESULTADOS
Os achados dessa revisão apontaram que as intervenções incluíram quimioterapia, re-operação, re-irradiação e novas terapias utilizadas isoladamente ou em combinação. Por não trazer a cura para o tumor, os estudos mostram que é necessário combinar a intervenção cirúrgica com a utilização de medicamentos como temozolomida, radioterapia e altas doses de dexametasona, a fim de reduzir o edema vasogênico. A chegada da droga no local de ação é um dos obstáculos para o desenvolvimento de novas terapias, pois pacientes com GBM possuem vasos sanguíneos anormais e áreas de necrose que influenciam na distribuição do medicamento, além da presença da barreira hematoencefálica. Muitas novas drogas e métodos terapêuticos estão sob desenvolvimento, na qual muitos deles demonstram eficácia acima dos tratamentos sistêmicos e locais convencionais. O uso de imunoterapia neoadjuvante com anti-PD-1, uma das modalidades terapêuticas em desenvolvimento, promoveu um grande benefício na sobrevida de pacientes com GBM recorrentes, em que principalmente quando administrado como uma droga neoadjuvante, o anticorpo monoclonal GB-1 induz a ativação dos linfócitos infiltrantes do tumor, produzindo uma resposta de supressão tumoral, mostrando-se muito eficiente no tratamento do GBM. Outras drogas ainda estão passando por diversos estudos, a fim de comprovar-se os efeitos adversos e os potenciais terapêuticos dessas substâncias para o tratamento do GBM.
CONCLUSÃO
Para o tratamento da primeira recidiva do GBM, entre as pessoas previamente tratadas com cirurgia e quimio/radioterapia padrão, os tratamentos combinados avaliados não melhoraram a sobrevida geral em comparação com uma monoterapia de lomustine e foram frequentemente associados a um maior risco de eventos adversos graves. Evidências limitadas sugerem que a re-operação com ou sem re-irradiação e quimioterapia pode ser adequada para a maioria dos pacientes. No entanto, o direcionamento terapêutico é e será delicado pela característica hostil do tumor, evidenciando a necessidade de mais pesquisas.
REFERÊNCIAS
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O Congresso Interligas de Emergência e Neurociências é um evento acadêmico anual direcionado para estudantes da área da Saúde, com palestras presenciais ministradas por médicos renomados, workshops e apresentações de trabalhos científicos.
A edição de 2022 contou com 20 trabalhos apresentados, os quais serão disponibilizados gradualmente neste site.
Para mais informações, consulte o edital em https://doity.com.br/ciendf/trabalhos ou envie um e-mail para contato.ciendf@gmail.com
Comissão Científica
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Dra. Denize Bomfim Souza
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