Introdução: No decorrer das últimas décadas desenvolveu-se um grande fluxo migratório de brasileiros para os Estados Unidos, com grande destaque ao território da Região Imediata de Governador Valadares (RGIm-GV) e seu entorno, como o principal ponto de partida de emigrante1. Grande parte dessas pessoas se dirigiu para a região de Boston e constitui uma das maiores comunidades de brasileiros emigrantes no mundo. Condições de moradias geralmente precárias, jornadas de trabalho exaustivas, maus hábitos alimentares, o clima local e a carência de programas de saúde coletiva voltados para o emigrante contribuem para o adoecimento físico e mental desta população. Dependendo de sua condição de documentado ou indocumentado, o emigrante prefere não procurar os serviços de saúde disponíveis por razões diversas. Essas condições contribuem para a prática arriscada da automedicação, seja para o alívio de sintomas leves, seja para o tratamento de condições mais severas, tais como doenças crônicas como hipertensão e diabetes, doenças infectocontagiosas e transtornos mentais, entre outros. Objetivo: Analisar a prevalência e fatores associados à automedicação na população brasileira imigrante na cidade de Boston, durante o ano de 2022. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa com emigrantes brasileiros relatando seus hábitos em relação à prática da automedicação. Resultados: Os dados preliminares permitem considerar que a jornada de trabalho exaustiva, a falta de documentação para trabalhar no destino, desconhecimento sobre o sistema de saúde e o medo da deportação levam a maioria dos emigrantes deste estudo a se automedicarem. Conclusões: O emigrante, por medo, falta de conhecimento e falta de recursos financeiros se automedicam. Buscam o alívio tanto de sintomas leves quanto para o tratamento de condições mais severas, gerando grandes prejuízos para a saúde.
Referências:
SIQUEIRA, Sueli. História das migrações da Região de Governador Valadares-MG. A nova face da emigração internacional no Brasil. São Paulo: Educ., 2017.
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