O objetivo deste estudo é analisar e descrever o trabalho via uberização dos imigrantes brasileiros em Portugal. Para o alcance do objetivo, realizamos entrevistas com 24 trabalhadores brasileiros em Portugal e observação participante em alguns pontos de espera na região de Lisboa e Concelho de Cascais. Na exposição dos resultados da análise, categorizamos os dados em três momentos: a) Trajetória de vida e profissional; b) Organização do trabalho/condições de trabalho; c) Produção de subjetividades: da liberdade à não-autonomia dos trabalhadores. Como principais resultados, tem-se: I) o sonho e o desejo da imigração é atravessada por dificuldades, que, se antes se apresentavam difíceis, com o trabalho uberizado tornou-se mais precarizado e inviabilizado; II) a difícil regularização da situação documental é um dos motivos que os mantêm na atividade; III) a rede de exploração entre os próprios imigrantes é acentuada; IV) a xenofobia é adicionada ao contexto de precarização do trabalho;V) a vigilância durante o percurso do migrante é destaque em um contexto prévio de romantização da imigração. A partir destes resultados, tecemos reflexões críticas acerca do processo de uberização do trabalho.
Comissão Organizadora
Victor Barros
Comissão Científica
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