O presente ensaio teórico, em construção, tem como objetivo geral discutir a(s) (i)mobilidade(s) relativas ao trabalho impostas a pessoas e organizações na sociedade contemporânea e colocada(s) em evidência diante da pandemia de COVID-19. Considera-se que na ordem capitalista globalizada, as leis de mercado perturbam os modos de regulação por meio da desterritorialização do poder econômico e da reterritorialização do trabalho, o que acaba provocando tensionamentos e desigualdades que afetam Estados, organizações e indivíduos. Assim, a mobilidade se torna um valor altamente cobiçado na atualidade, enquanto a liberdade de movimentos se torna uma escassa mercadoria desigualmente distribuída. Nesse contexto, surgem indagações a respeito de tais (i)mobilidades que serão analisadas neste ensaio em três perspectivas: 1) Em perspectiva geográfica, com questionamentos sobre as (im)possibilidades para atravessar fronteiras, sobretudo internacionais, conforme local de origem e status sociocultural; 2) Em perspectiva tecnológica, tencionando os limites e os desafios da mobilidade digital para o trabalho e para formação profissional; e, por fim, 3) Em perspectiva social, debatendo a influência de marcadores sociais de diferença e os impactos das crises econômicas para a mobilidade social no mercado de trabalho. No conjunto, essas perspectivas permitem elaborar questões que ancoram a proposição deste ensaio e constroem reflexões e caminhos para um mosaico de estudos independentes e complementares entre si. Como contribuição, espera-se que o conhecimento acerca das (i)mobilidade(s) geográficas, tecnológicas e sociais relativas ao trabalho impostas a pessoas e organizações na sociedade contemporânea, venha a contribuir para a consolidação e ampliação sobre o tema nas ciências sociais aplicadas, especialmente na área de Administração.
Comissão Organizadora
Victor Barros
Comissão Científica