Este estudo parte da pesquisa realizada com ítalo-brasileiros do sul de Santa Catarina no Brasil, trabalhadores em sorveterias na Alemanha, entrevistados entre 2020-2024. O objetivo foi investigar a dinâmica destes trabalhadores, que apresentam questões ligadas à política de identidade de seu Município e dificuldades da vida entre lugares, pois vivem entre dois países. A peculiaridade apresentada pelos casos instigou a exploração de interfaces da problemática implícita a este movimento migratório. Optou-se pela escolha de um caso, estudado em profundidade. Investigamos a construção da identidade paterna frente à vivência de deslocamento e à situação da permanência dos filhos no Brasil, à luz da Psicologia Social Crítica. Analisamos a História de Vida de um pai que deixou a filha no Brasil para continuar seu trabalho na Alemanha. Exploraram-se temáticas como masculinidade, arranjos familiares, planos de vida e consequências das políticas de identidade para os relacionamentos e saúde mental dos envolvidos. Os resultados apontaram como a identidade paterna atrelada ao contexto de dificuldades financeiras pode ressaltar a exacerbação do papel ideológico e crença na performance creditada ao masculino. Tal crença nesta identidade mito dificulta a elaboração dos problemas no presente, inviabilizando o vislumbre do futuro e surgimento de personagens com potencial emancipatório.
Comissão Organizadora
Victor Barros
Comissão Científica