A pesquisa busca debater o difícil cenário enfrentado por milhares de refugiados e migrantes venezuelanos que aderiram à interiorização, política institucional, que supostamente os garantiria maiores oportunidades de autossuficiência e de (re)inclusão social. Porém, o que se constata é o crescimento das denúncias de violações de direitos. Desamparados, muitos buscam na informalidade a fonte do seu sustento e dos seus entes queridos. Além disso, a acachapante desigualdade em razão do gênero/sexo enfatiza a desvantajosa posição da mulher no mercado de trabalho. Tais conjunturas foram identificadas entre os venezuelanos entrevistados no interior fluminense. Com base na pesquisa exploratória, o levantamento bibliográfico e as entrevistas semiestruturadas como metodologias, este trabalho revela que as venezuelanas que foram interiorizadas com a intenção de trabalhar logo pediram demissão. A xenofobia, a superexploração e o assédio as debilitaram fisicamente e psicologicamente. Finalmente, considera-se que os gargalos da interiorização comprometem seu intuito e efetividade plena, tornando-os potencialmente nocivos aos seus beneficiados.
Comissão Organizadora
Victor Barros
Comissão Científica