O artigo analisa as práticas diárias de migrantes brasileiras mães de crianças com deficiência na Alemanha e suas estratégias para superar barreiras estruturais à participação social nesse contexto interseccional de migração e deficiência de um ou mais filhos. Além disso, a pesquisa investiga como as infraestruturas locais via políticas sociais e digitais através de tecnologias digitais de comunicação e informação (TDCI) impactam o acesso a direitos e à participação social das entrevistadas, considerando a complexa realidade da imigração e da prática do cuidado a longo prazo aos filhos. A partir dos estudos de caso, observa-se que as tecnologias digitais facilitam o acesso à informação e a troca entre pares. Contudo, em um segundo momento, a garantia de acesso a serviços e direitos, como inclusão escolar, terapias e programas de inserção das mães na sociedade alemã, frequentemente permanece limitada e, às vezes, até inacessível, principalmente em áreas distantes de grandes centros urbanos. Isso destaca a necessidade de políticas públicas mais eficazes, abrangentes e interseccionais para essas famílias, oferecendo respostas para esse desafio global e valorizando a diversidade como ferramentas para o desenvolvimento inclusivo e democrático.
Comissão Organizadora
Victor Barros
Comissão Científica