A feminização da migração e os reflexos na emancipação da mulher e o resgate identitário: um recorte da emigração laboral feminina boliviana para São Paulo

  • Autor
  • Adriana Cristina Alves do Amaral
  • Resumo
  •  

    A migração feminina pode ser observada como atual. Ela acontece quando mulheres emigram por decisão própria, viajando sozinhas ou acompanhadas pelos filhos ou outras mulheres. No Brasil, os números demonstram ser uma prática crescente, configurando o fenômeno da Feminização da Migração, que soma mulheres oriundas não apenas dos países latino-americanos, mas dos diversos continentes. Neste estudo, que deriva da tese de doutoramento em fase final de construção, focaremos na migração boliviana vocacional/laboral, quando trabalhadoras emigram visando projetos profissionais/emancipação econômica. A partir de entrevistas com dez mulheres trabalhadoras migrantes bolivianas residentes em São Paulo buscamos compreender, a partir da metodologia da História Oral, se os projetos profissionais corroboraram para a decisão das bolivianas de emigrar para o Brasil, em particular para São Paulo. Investigaremos ainda, através da Interculturalidade, os reflexos dessa migração nas comunidades bolivianas e população local. Embora a compilação dos dados esteja em fase de conclusão, já é possível compreender que a nossa hipótese tende a ser confirmada e a questão laboral impacta na decisão pela migração. Sete entre as profissionais migrantes entrevistadas emigraram na fase adula/jovem, três entre elas sozinhas. Duas mulheres adultas migraram recém-casadas, com planos laborais para o casal, uma mulher adulta migrou com o irmão, para garantir suporte material e emocional a ele e outra emigrou acompanhada de uma tia. As demais se mudaram na infância, duas acompanhadas pelos pais e uma pela mãe e irmã. Dentre aquelas que migraram na fase adulta, destacamos que os objetivos laborais foram decisórios, seja para cursas especializações, iniciar uma nova carreira e até mesmo estudar no Brasil como segunda graduação/pós-graduação. Entre as três que migraram na infância, todas concluíram o ensino fundamental, sendo que duas trabalham na área de formação. A maioria dentre as entrevistadas, inclusive as que já trabalhavam e tinha estabilidade econômica na Bolívia, afirmaram que há mais oportunidade de crescimento profissional no Brasil. Apenas uma delas contou manter vínculos laborais na Bolívia, embora continua se especializando no Brasil. Destacamos que mesmo as mulheres que ainda trabalham em condições precarizadas, em São Paulo, conquistaram autonomia financeira e planejam cursar faculdade, como planejavam na época da emigração, mas tiveram seus sonhos. Dentre as que deixaram a Bolívia ainda crianças, todas cursaram faculdade e estão seguindo suas vocações. Elas ressaltam que a educação – e o custeio desta- foi o maior legado herdado dos pais, depois da cultura boliviana.

     

  • Palavras-chave
  • Comunicação, Migração, Gênero, Trabalho, Mulher Trabalhadora Boliviana
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