A influência do aumento do uso de telas no desenvolvimento neurológico infantil dentro do contexto de pandemia

A influência do aumento do uso de telas no desenvolvimento neurológico infantil dentro do contexto de pandemia

• Autor
• Anna Laura de Souza Morás
• Co-autores
• Ana Júlia Alves Martins , Natânia Mileny Garcia de Paula , Carolina Arantes Gama Porto Brum
• Resumo

• INTRODUÇÃO: A infância, marcada por um intenso período de desenvolvimento nas esferas cognitiva, afetiva, social e motora, constitui uma fase crucial para o amadurecimento. Diversos fatores influenciam nesse processo, e o uso de telas emerge como um componente significativo, com potenciais implicações no desenvolvimento neuropsicomotor. Em geral, é evidente que as crianças têm experimentado um notável aumento do uso de telas, e, desta forma, ressalta-se a necessidade de uma abordagem crítica sobre o tema. OBJETIVOS: Analisar as principais descobertas na literatura científica relacionadas à influência do aumento do uso de telas durante a pandemia de COVID-19 no desenvolvimento neurológico de crianças. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão bibliográfica embasada em dados retirados do PubMede SciELO, utilizando os descritores "Children", "Pandemic", "Screen time" e "Developmental". Foram selecionados artigos que respondiam ao objetivo, publicados entre 2020 e 2023, na língua inglesa e portuguesa, e foram excluídos os artigos não relevantes ao tema. RESULTADOS: Devido ao isolamento social durante a pandemia de COVID-19, houve um aumento significativo no tempo de telas disponível para crianças, uma solução prática para lidar com a necessidade de permanecer dentro de casa. O entretenimento digital impede o brincar ativo e o contato social, fundamentais para o desenvolvimento neuropsicomotor de crianças, o que torna o tempo de tela em excesso prejudicial. Além disso, o tempo de tela também é um fator de risco importante para intercorrências no desenvolvimento da linguagem, comunicação, habilidades motoras e saúde emocional, levando a déficits e atrasos. Foram encontrados estudos que mostram a relação entre o aumento do tempo de tela em crianças dos 24 aos 36 meses de idade com um baixo desempenho em testes de triagem de desenvolvimento, devido, sobretudo, à diminuição da interação com cuidadores, limitando as trocas verbais e não verbais que são de extrema importância para o desenvolvimento infantil. Contudo, deve-se ressaltar que existem evidências de aplicativos educacionais quecontribuem para o aumento lexical em crianças. Mas para obter esses benefícios é preciso ter uma administração adequada do tempo de tela, respeitando as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria, assim como o acompanhamento constante de um adulto como mediador que ajude a interpretar e dialogar, estimulando ativamente o desenvolvimento do infante. CONCLUSÃO: Durante o período da pandemia da COVID-19, o desenvolvimento infantil foi afetado negativamente pelo aumento do uso de telas como consequência do isolamento social. Apesar do uso de tecnologias apresentar certos benefícios para a formação cognitiva, o contato excessivo com o mundo digital e a privação de interações sociais tem-se mostrado maléfico ao desenvolvimento. Desse modo, é essencial que os cuidadores estabeleçam um limite adequado de tempo de tela às crianças e controlem os conteúdos consumidos.

• Palavras-chave
• Crescimento e Desenvolvimento, Crianças, Pandemia, Tempo de Tela.
• Área Temática
• Saúde da criança e do adolescente

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