Introdução: O hipopituitarismo é definido como a deficiência total ou parcial da hipófise, uma glândula controlada pelo hipotálamo que é responsável por produzir a maioria dos hormônios do organismo humano. Essa alteração pode ocorrer como consequência do traumatismo cranioencefálico (TCE), deve ser tratada de forma precoce e costuma ser associada a lesões hipotalâmicas. Os déficits hormonais causados por ela podem ter inúmeras complicações sistêmicas e cognitivas. Contudo, há escassez de informações a respeito de sua incidência em crianças.
Objetivos: Descrever a ocorrência do hipopituitarismo após traumatismo cranioencefálico em crianças.
Metodologia: O presente estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, considerando a seguinte questão norteadora: Qual a relação entre hipotireodismo e TCE em crianças? Utilizou-se a estratégia PICO e as bases de dados como Google Acadêmico, SciELO, PUBMED e LILACS. Foram empregados o operador booleano “AND” e as palavras-chave: “Criança”, “Hipopituitarismo” e “Traumatismos Cranioencefálicos”. Adotou-se como critérios de inclusão: artigos publicados no período de 2019 a 2024; em português, inglês ou espanhol, que abordavam a temática do presente trabalho. Foi considerado como critério de exclusão os artigos relacionados a pesquisas com pacientes maiores de 18 anos. Dos artigos científicos obtidos, 5 foram considerados elegíveis ao estudo proposto, os quais foram submetidos à leitura integral, a fim de alcançar o objetivo proposto por este trabalho.
Resultados: De acordo com a literatura abordada, as consequências do hipotireoidismo, após TCE, estão associadas à deficiência de um hormônio isolado ou de múltipla deficiência hormonal, tendo sido observado em até 50% dos pacientes pediátricos estudados. A ocorrência dessa alteração pode ser imediata ou após um longo período do trauma, de forma transitória ou permanente, afetando a produção do hormônio de crescimento, hormônio estimulante da tireoide e/ou hormônio adrenocorticotrófico. Foram descritos também casos de hiperprolactinemia e diabetes insipidus. As principais consequências do hipopituitarismo são: a deficiência do hormônio do crescimento, puberdade precoce, hipotireodismo e problemas cognitivos como dificuldades de memorização e concentração, sendo o hormônio de crescimento o mais afetado pela condição.
Conclusão: Considerando que o hipopituitarismo, como consequência do TCE em pacientes pediátricos, pode se manifestar de forma aguda ou crônica na fase pós-traumática e que essa alteração pode ser reversível ou não, é importante o acompanhamento em longo prazo para que possam ser estabelecidos tratamentos adequados às complicações endócrinas, que podem ser fatais e impactar a qualidade de vida geral dos pacientes.
Comissão Executiva
Luciana de Freitas Velloso Monte
Maria Carolina Bezerra Di Medeiros Leal
Samuel Sotero Lourenço
Comissão Organizadora
Fernanda Angotti
Allini Pereira da Silva Dantas
Carolina Ponchio Ferreira
Natânia Mileny Garcia de Paula
Giuliane Pereira da Costa
Ádria Maria Nascimento Júnior
Amanda Saráty Teixeira
Anne Gabrielle de Carvalho Nicolau Góes
Letícia Pinheiro Maia Pacciulli
Ana Clara Vilalba
Maria Luísa Mendonça Martins
Karolina Garcia Jacob de Santos
Julia Martins Oliveira
Carolina Alves
Júlia Martins Oliveira
Leticia Jardim Fatureto Jeronimo
Fabiana Sena Tomaz Barbosa
E-mail: ciped.df@gmail.com