RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO MULTISAÚDE: UM OLHAR PARA CRIANÇAS ÓRFÃOS

RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO MULTISAÚDE: UM OLHAR PARA CRIANÇAS ÓRFÃOS

• Autor
• Gabriel Afonso Miguel Meira e Silva
• Co-autores
• Iasmin Freitas Gomes , Maria Eduarda Mendes de Matos , Samuel Sotero Lourenço , João Paulo de Oliveira Gomes , Carlos Eduardo Mendes Gomes
• Resumo

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  Segundo o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (2020) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem 34 mil crianças e adolescentes acolhidos por instituições no Brasil. Dessa maneira, nota-se a evidente urgência em compreender e abordar sobre as condições de saúde e higiene desses indivíduos, uma vez que o ambiente instável dos centros de acolhimento, somado ao despreparo dos cuidadores, gera implicações negativas para a construção de saberes sobre higiene pessoal. Nesse contexto, a carência desses ensinamentos, juntamente com o número reduzido de cuidadores, promovem uma deficiência de cuidados com a higiene bucal e das mãos, paralelamente a isso, a superlotação acentua a transmissão de parasitoses e doenças dermatológicas. Assim, a negligência no âmbito da saúde e educação no tocante à higiene perpetua-se, lançando luz sobre a necessidade premente de ações que promovam um ambiente saudável e propício ao desenvolvimento integral desses jovens.

  O projeto de extensão teve como objetivo transmitir para as crianças do orfanato Sagrada Face de Jesus Cristo noções de higiene básica, visando formar hábitos que possam resultar na diminuição de doenças transmitidas por contato. 

  O projeto de extensão ocorreu no orfanato Sagrada Face de Jesus Cristo, em Luziânia, Goiás. No primeiro dia, acadêmicos conduziram palestras educativas abordando higiene pessoal e prevenção de doenças, com enfoque na importância da lavagem das mãos e nas demonstrações práticas. No segundo dia, a Dra. Gizelli Freitas Gomes, especialista em odontologia pediátrica, proferiu uma palestra sobre higiene bucal. Após as palestras, as crianças receberam kits de higiene pessoal, obtidos por meio de arrecadações divulgadas nas redes sociais da AEMED, LIHUMA e do grupo voluntariado "Nem Fome e Nem Frio".

  Observou-se um impacto benéfico e de longa duração nas práticas de higiene das crianças após a implementação do projeto. Conforme relatado pelos cuidadores, mais de 70% das crianças passaram a levar escova e pasta dental para a escola, além de instruírem os colegas sobre a correta higienização das mãos.

  Desta forma, as crianças estabeleceram uma conexão significativa entre as orientações fornecidas pelos profissionais (acadêmicos e dentista) e suas atividades diárias. Adicionalmente, a colaboração com a AEMED e o voluntariado "Nem Fome e Nem Frio" possibilitou a arrecadação de alimentos, produtos de higiene básica e de limpeza, atendendo às necessidades fundamentais das crianças. Tais resultados não apenas contribuem para a promoção da saúde e a prevenção de doenças no contexto do orfanato, mas também exercem impacto positivo na sociedade em geral.

  O projeto, focado em transmitir noções de higiene básica de maneira lúdica e interativa, foi bem-sucedido ao envolver ativamente as crianças por meio de gincanas. No entanto, foram observados obstáculos relacionados à falta de preparo dos funcionários, escassez de recursos e baixo número de cuidadores.

• Palavras-chave
• Crianças; Higiene; Órfãos; Vulnerabilidade
• Área Temática
• Experiências práticas em pediatria

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