INTRODUÇÃO: A apendicite aguda é uma das causas mais comuns de dor abdominal tratada cirurgicamente na pediatria, tendo os tumores neuroendócrinos como uma das várias etiologias. Apesar de incomum, suas semelhanças levam à necessidade da análise histopatológica após apendicectomia para o diagnóstico. Portanto, considerando os desafios, é ressaltado a importância do exame anatomopatológico para diagnóstico de um possível tumor. OBJETIVOS: Analisar os achados anatomopatológicos, sobretudo os tumores neuroendócrinos, após a realização de apendicectomia em pacientes pediátricos sem suspeita de neoplasia. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão bibliográfica que utilizou as bases de dados PubMed e Scielo, com o uso dos descritores “pediatria”, “apendicectomia” e “tumores neuroendócrinos”. Foram incluídos artigos em língua portuguesa e inglesa, publicados entre 2017 e 2023, compreendendo ensaios clínicos randomizados, revisão bibliográfica e meta-análise. RESULTADOS: Os tumores neuroendócrinos (TNE) são formados por células neuroendócrinas subepiteliais, presentes na mucosa e na submucosa. Diante dos artigos analisados, a incidência é de cerca de 0,1 a 0,5% na população pediátrica, demonstrando serem raros. O apêndice é um dos locais mais habituais de tumores carcinóides na pediatria, sendo descobertos cerca de 3 casos a cada 1000 apendicectomias. Em estudo feito, ocorreram 6.285 apendicectomias, nas quais 96,8% foram devido à suspeita de apendicite aguda, dentre esses, 31 pacientes tiveram o diagnóstico de TNE e sem suspeita da neoplasia anterior. Nesse contexto, o que auxilia a detecção dos TNE é a realização da apendicectomia, já que a apendicite é comum em crianças. Com isso, muitas vezes apenas durante o procedimento são encontrados achados tumorais. No viés patológico, os TNEs geralmente se apresentam como grau baixo (G1), tendo uma taxa mitótica com <20 mitoses/ 2 mm2 e com <20% de proliferação do índice Ki-67. A presença de células subepiteliais no ápice do apêndice faz com que seja a localização mais frequente do tumor. No âmbito da apresentação clínica, TNEs podem ser funcionantes ou não funcionantes, correspondendo à maioria dos casos. Devido à ausência de sintomas, o diagnóstico geralmente acontece na análise histopatológica após apendicectomia por suspeita de apendicite aguda. O prognóstico está relacionado com o tamanho do tumor. Logo, em tumores <1cm, a apendicectomia geralmente é curativa. Todavia, tumores >2cm chegam a porcentagem de metástase de 40%, sendo necessário a investigação das mesmas em outros órgãos. Por fim, é preciso obter mais estudos sobre o diagnóstico precoce da doença, evitando agravos ao paciente. CONCLUSÃO: Conclui-se, portanto, a necessidade de analisar a incidência de tumores neuroendócrinos para buscar um diagnóstico precoce através do avanço no rastreamento do TNE, observando possíveis achados característicos de tumores na apendicectomia e analisando cada caso individualmente.
Comissão Executiva
Luciana de Freitas Velloso Monte
Maria Carolina Bezerra Di Medeiros Leal
Samuel Sotero Lourenço
Comissão Organizadora
Fernanda Angotti
Allini Pereira da Silva Dantas
Carolina Ponchio Ferreira
Natânia Mileny Garcia de Paula
Giuliane Pereira da Costa
Ádria Maria Nascimento Júnior
Amanda Saráty Teixeira
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Letícia Pinheiro Maia Pacciulli
Ana Clara Vilalba
Maria Luísa Mendonça Martins
Karolina Garcia Jacob de Santos
Julia Martins Oliveira
Carolina Alves
Júlia Martins Oliveira
Leticia Jardim Fatureto Jeronimo
Fabiana Sena Tomaz Barbosa
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