Introdução: Observa-se um aumento no tempo de tela (TT) entre as crianças da atual geração, o qual tem sido associado a atrasos no neurodesenvolvimento. Esse fenômeno é atribuído à criação de barreiras na comunicação social, assim como ao estreitamento de interesses e comportamentos repetitivos. Tal impacto da exposição às telas em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH), causa maior preocupação do que em crianças com desenvolvimento típico (DONG, 2020). Objetivo: Relacionar o TDAH e autismo com a exposição de telas. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura em que foram selecionados 5 artigos dos últimos cinco anos. A coleta de dados foi feita a partir de artigos publicados em revistas indexadas ao Pubmed, utilizando-se na busca os termos em inglês: “Attention Deficit Disorder with Hyperactivity”; “Autism Spectrum Disorder”; “screen time”; “children”. Resultados: Houve um aumento do TT das crianças, tendo em vista que aquelas menores de 2 anos não devem ser expostas ao tempo sedentário em frente às telas; o TT dos pré-escolares deve se limitar a 1 hora por dia; e o TT para até 17 anos, deve se limitar a 2 horas por dia (LEITÃO, 2023). Este aumento pode acarretar efeitos adversos nas crianças (CHEN & ADLER, 2019), prejudicando seu desenvolvimento cognitivo geral (DONG, 2023), atrasos nos marcos do desenvolvimento, aumento da desatenção e redução das habilidades linguísticas (HILL, 2020). O aumento do TT não é uma causa direta do TEA, mas pode ser um indicativo precoce da preferência das pessoas com TEA por objetos em detrimento das interações sociais (TAKAHASHI, 2023), podendo potencializar os sintomas do TEA (DONG, 2020). Para crianças com TDAH, os sintomas mostraram estar positivamente relacionados ao TT, aumentando o risco de efeitos adversos no desempenho acadêmico, na atenção e nas habilidades cognitivas (DONG, 2020). Ademais, o TDAH está associado às alterações no TT, o que possivelmente está ligado à maior susceptibilidade ao vício em jogos (TAKAHASHI, 2023). Pacientes com TEA e TDAH, geralmente são mais expostos a um maior TT, aumentando o risco de apresentar sintomas negativos, dado que interações que seriam benéficas para o desenvolvimento são substituídas pelo TT (HILL, 2020). Deve-se conscientizar os pais sobre os possíveis impactos negativos do aumento do TT no desenvolvimento infantil. No entanto, isso pode representar um desafio para os pais em relação à aplicação de métodos parentais consistentes, fundamentais à redução do TT (BOWLING, 2019). Conclusão: Reduzir o TT pode ter um impacto positivo no desenvolvimento e comportamento, embora não seja a causa direta dos distúrbios. Oferecer aos pais mais educação e orientação, incluindo estratégias para a gestão comportamental, pode beneficiar a família e a criança.
Comissão Executiva
Luciana de Freitas Velloso Monte
Maria Carolina Bezerra Di Medeiros Leal
Samuel Sotero Lourenço
Comissão Organizadora
Fernanda Angotti
Allini Pereira da Silva Dantas
Carolina Ponchio Ferreira
Natânia Mileny Garcia de Paula
Giuliane Pereira da Costa
Ádria Maria Nascimento Júnior
Amanda Saráty Teixeira
Anne Gabrielle de Carvalho Nicolau Góes
Letícia Pinheiro Maia Pacciulli
Ana Clara Vilalba
Maria Luísa Mendonça Martins
Karolina Garcia Jacob de Santos
Julia Martins Oliveira
Carolina Alves
Júlia Martins Oliveira
Leticia Jardim Fatureto Jeronimo
Fabiana Sena Tomaz Barbosa
E-mail: ciped.df@gmail.com