Introdução: As cardiopatias congênitas (CC) constituem um importante problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, estima-se que aproximadamente 30.000 recém-nascidos por ano apresentem alguma anomalia cardíaca (1). Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, ainda há desafios significativos no acesso aos serviços de saúde, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS) (2). Objetivo(s): O presente estudo teve como objetivo analisar o panorama das CC no Brasil, abordando métodos diagnósticos, acesso aos serviços e desafios do SUS. Métodos: Realizou-se revisão de literatura nas bases PubMed, LILACS e SciELO, utilizando os descritores “cardiopatias congênitas”, “Brasil” e “Sistema Único de Saúde” de acordo com o DeCS. Foram incluídos trabalhos completos sobre epidemiologia, diagnóstico, tratamento e políticas públicas relacionadas às CC no contexto brasileiro, publicados entre 2010-2020. Resultados: A oximetria de pulso é o principal método de triagem de CC em recém-nascidos no Brasil, apresentando sensibilidade de 75% e especificidade de 99% (3). Entretanto, há desafios na implementação em larga escala. Observou-se aumento da sobrevida com avanços cirúrgicos, atingindo até 90% em algumas cardiopatias menos complexas, porém o tratamento cirúrgico e o uso de circulação extracorpórea associam-se a maior morbidade em longo prazo, devido a sequelas, respostas inflamatórias e hábitos de vida inadequados (4). Levantamento com dados do Ministério da Saúde de 2014 revelou escassez e distribuição desigual de leitos e centros especializados no SUS, já que apenas 9,6% dos hospitais credenciados ofereciam cirurgia cardíaca pediátrica, com carência de serviços em alguns estados. Estimativas apontam que de 30 a 50% dos casos de CC no Brasil não chegam a ser diagnosticados ou recebem atendimento tardio, evoluindo para óbito (1). Conclusão: As CC representam um relevante problema de saúde pública no Brasil. São necessárias políticas para ampliar a cobertura da triagem neonatal, qualificar a rede de atenção e equalizar a distribuição regional de recursos especializados no SUS.
Comissão Executiva
Luciana de Freitas Velloso Monte
Maria Carolina Bezerra Di Medeiros Leal
Samuel Sotero Lourenço
Comissão Organizadora
Fernanda Angotti
Allini Pereira da Silva Dantas
Carolina Ponchio Ferreira
Natânia Mileny Garcia de Paula
Giuliane Pereira da Costa
Ádria Maria Nascimento Júnior
Amanda Saráty Teixeira
Anne Gabrielle de Carvalho Nicolau Góes
Letícia Pinheiro Maia Pacciulli
Ana Clara Vilalba
Maria Luísa Mendonça Martins
Karolina Garcia Jacob de Santos
Julia Martins Oliveira
Carolina Alves
Júlia Martins Oliveira
Leticia Jardim Fatureto Jeronimo
Fabiana Sena Tomaz Barbosa
E-mail: ciped.df@gmail.com