Diagnóstico e tratamento de cardiopatias congênitas no Brasil: desafios e perspectivas do Sistema Único de Saúde

  • Autor
  • Patricia Sousa Silva Torres
  • Co-autores
  • Mell Luise Cavalcante Lima de Figueiredo , Rafael Pinto Silveira , Letícia Mendonça Miranda , Paulo Roberto Dias Bobenrieth , Marina Cavalieri Jayme , Carlos Eduardo Mendes Gomes*
  • Resumo
  • Introdução: As cardiopatias congênitas (CC) constituem um importante problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, estima-se que aproximadamente 30.000 recém-nascidos por ano apresentem alguma anomalia cardíaca (1). Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, ainda há desafios significativos no acesso aos serviços de saúde, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS) (2). Objetivo(s): O presente estudo teve como objetivo analisar o panorama das CC no Brasil, abordando métodos diagnósticos, acesso aos serviços e desafios do SUS. Métodos: Realizou-se revisão de literatura nas bases PubMed, LILACS e SciELO, utilizando os descritores “cardiopatias congênitas”, “Brasil” e “Sistema Único de Saúde” de acordo com o DeCS. Foram incluídos trabalhos completos sobre epidemiologia, diagnóstico, tratamento e políticas públicas relacionadas às CC no contexto brasileiro, publicados entre 2010-2020. Resultados: A oximetria de pulso é o principal método de triagem de CC em recém-nascidos no Brasil, apresentando sensibilidade de 75% e especificidade de 99% (3). Entretanto, há desafios na implementação em larga escala. Observou-se aumento da sobrevida com avanços cirúrgicos, atingindo até 90% em algumas cardiopatias menos complexas, porém o tratamento cirúrgico e o uso de circulação extracorpórea associam-se a maior morbidade em longo prazo, devido a sequelas, respostas inflamatórias e hábitos de vida inadequados (4). Levantamento com dados do Ministério da Saúde de 2014 revelou escassez e distribuição desigual de leitos e centros especializados no SUS, já que apenas 9,6% dos hospitais credenciados ofereciam cirurgia cardíaca pediátrica, com carência de serviços em alguns estados. Estimativas apontam que de 30 a 50% dos casos de CC no Brasil não chegam a ser diagnosticados ou recebem atendimento tardio, evoluindo para óbito (1). Conclusão: As CC representam um relevante problema de saúde pública no Brasil. São necessárias políticas para ampliar a cobertura da triagem neonatal, qualificar a rede de atenção e equalizar a distribuição regional de recursos especializados no SUS.

  • Palavras-chave
  • Brasil; cardiopatias congênitas; diagnóstico; Sistema Único de Saúde.
  • Área Temática
  • Saúde da criança e do adolescente
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