Introdução: A dengue é uma doença aguda, com apresentações que variadas.1 Estudos recentes indicam aumento de casos graves em jovens, levando hospitalizações e óbitos.2 A dengue é muito prevalente entre crianças no Brasil, com aproximadamente ¼ dos casos afetando indivíduos com menos de 15 anos.3 O diagnóstico em crianças é desafiador, especialmente nos estágios iniciais, devido à gama de diagnósticos diferenciais.4 Dessa forma é importante destacar os sinais de alarme e preditivos de gravidade do quadro para que intervenções precoces possam ser implementadas. Objetivos: Analisar os principais fatores clínicos associados à gravidade da dengue em crianças; Fornecer informações para identificação de casos graves de dengue em crianças. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura dos principais estudos sobre fatores de gravidade da dengue em crianças, incluindo pesquisas nas bases de dados Pubmed e SciELO, além de documentos do Ministério da Saúde. A revisão incluiu publicações entre 2002 a 2024, utilizando os descritores: dengue, dengue em crianças, pediatria e gravidade. Resultados: A apresentação da dengue em crianças pode variar da apresentação em adultos, podendo ser assintomática ou ter quadro clínico semelhante a uma síndrome febril viral clássica. Podendo manifestar-se com sintomas inespecíficos, como a sonolência, recusa alimentar, diarreia e vômitos.5 Sinais de alarme da dengue são dor abdominal intensa, hipotensão postural ou lipotímia, edema, letargia ou irritabilidade, sangramentos, vômitos persistentes e hepatomegalia. Tais sinais relacionam-se ao aumento da permeabilidade vascular, indicando possível choque por extravasamento plasmático.6 Um estudo realizado em 2008 investigou 419 casos de dengue em pacientes menores de 16 anos. Os fatores associados à dengue de forma hemorrágica (DHF) e maior gravidade idade ? 5 anos, dor abdominal, hepatomegalia, vômitos, fadiga, petéquias, teste do laço positivo, sangramento gengival espontâneo e sonolência. O estudo destacou que a hipoalbuminemia ocorre com mais frequência do que a hemoconcentração em casos de DHF, e níveis elevados de aminotransferase estavam associados à gravidade.8 Neste mesmo ano, um outro estudo com 145 crianças hospitalizadas por dengue, identificou que distensão abdominal, letargia, derrame pleural e hipoalbuminemia eram os principais preditores de gravidade. 7 Outros fatores de risco para a DHF são idade, doenças crônicas como asma brônquica, diabete mellitus e anemia falciforme, etnia (maior risco em brancos) e fatores genéticos. 9 Conclusão: Em suma, sinais como distensão abdominal, letargia e hipoalbuminemia, juntamente com fatores como idade ?5 anos, dor abdominal, hepatomegalia, vômitos, fadiga, petéquias, teste do laço positivo, sangramento gengival espontâneo, sonolência, comorbidades e etnia, são preditivos da gravidade da dengue em crianças. Destaca-se a importância de identificar tais sinais precocemente devido ao risco de agravamento do quadro.
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