Introdução: A depressão resistente ao tratamento (DRT) afeta uma parcela significativa de pacientes com transtorno depressivo maior, que não respondem adequadamente a pelo menos dois tratamentos antidepressivos de diferentes classes. A DRT representa um desafio clínico e exige intervenções terapêuticas inovadoras. Nos últimos anos, novas abordagens, incluindo terapias biológicas, psicoterapias avançadas e intervenções tecnológicas, têm sido exploradas para melhorar os desfechos em pacientes com DRT. Objetivo: O objetivo desta revisão integrativa é avaliar as evidências sobre abordagens terapêuticas inovadoras no tratamento da depressão resistente, com foco em intervenções biológicas, farmacológicas e tecnológicas que emergiram nos últimos anos. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa de artigos publicados entre 2013 e 2023, utilizando as bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science. Foram incluídos ensaios clínicos, revisões sistemáticas e metanálises que abordaram intervenções como estimulação magnética transcraniana (EMT), estimulação cerebral profunda (ECP), cetamina, psicodélicos e terapias digitais. Após a triagem, 32 estudos foram selecionados para análise. Resultados e Discussão: Os estudos indicaram que a cetamina, administrada por via intravenosa, mostrou uma resposta rápida e eficaz em pacientes com DRT, com benefícios de curto prazo. A estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) e a estimulação cerebral profunda (ECP) apresentaram resultados promissores na modulação de circuitos cerebrais relacionados ao humor, especialmente em pacientes com depressão refratária a tratamentos convencionais. Além disso, o uso de psicodélicos, como psilocibina e MDMA, em contextos controlados, demonstrou potencial terapêutico, embora mais estudos sejam necessários para confirmar sua eficácia e segurança. As intervenções tecnológicas, como aplicativos de saúde mental e terapias digitais, também emergiram como ferramentas complementares, especialmente no acompanhamento contínuo e na adesão ao tratamento. No entanto, a variabilidade das respostas entre pacientes e a necessidade de padronização de protocolos são desafios que ainda precisam ser superados. Conclusão: Abordagens terapêuticas inovadoras, como cetamina, EMTr, ECP e psicodélicos, têm mostrado potencial no tratamento da depressão resistente, oferecendo novas alternativas para pacientes que não respondem a terapias tradicionais. Apesar dos avanços, a individualização do tratamento e a realização de estudos a longo prazo são essenciais para validar essas intervenções e garantir sua eficácia e segurança.
Comissão Organizadora e Científica
Vitória Vilas Boas da Silva Bomfim - Diretora da Revista Científica Pesquisa Brasil
Gustavo Lopes de Oliveira - Faculdade de Ciencias Médicas de Ipatinga AFYA
Frederico Noboro Figueiredo Nakagawa - Faculdade de Ciências Médicas de Ipatinga AFYA
Giullia Gonçalves Fabri - Faculdade de Ciências Médicas de Ipatinga AFYA
Rebeca Magalhães Cardoso - Centro Universitário Maurício de Nassau
Carlos Augusto da Conceição Sena Filho - Centro Universitário São Lucas
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