INTRODUÇÃO: A dengue é uma doença infecciosa de origem viral, transmitida pelo Aedes aegypti, e está associada a uma resposta imunológica exacerbada e ao aumento da permeabilidade capilar, fatores que podem afetar o sistema cardiovascular. Especificamente, o vírus pode ocasionar disfunção endotelial, resposta imune desequilibrada e apoptose, resultando em miocardite, anormalidades elétricas e danos ventriculares. OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo identificar as relações entre a disfunção ventricular (DV) e a dengue. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão de literatura por meio da seleção de estudos nas bases de dados MEDLINE-PubMed e BVS. Os descritores utilizados foram ("ventricular dysfunction") AND Dengue. No PubMed foram encontrados 10 estudos e na BVS 8. Destes, 6 estudos foram selecionados através de uma análise crítica, incluindo apenas os publicados nos últimos 10 anos, disponíveis na íntegra, na língua inglesa e espanhol. RESULTADOS: Em pacientes com dengue, a análise de ecocardiogramas e biomarcadores revelou o envolvimento miocárdico. Além disso, a ecocardiografia também foi relevante no rastreamento da DV esquerda nesses pacientes. DISCUSSÃO: A gravidade da dengue é consequência da resposta inadequada de citocinas anti-inflamatórias e resposta inflamatória excessiva. Dentre as citocinas, o fator de necrose tumoral alfa foi associado a diminuição da função contrátil do miocárdio. Além disso, entre mecanismos de alteração miocárdica estão mudanças nos parâmetros ventriculares, que resultam em estresse na parede e aumento no consumo de oxigênio do miocárdio. Já a miocardite advinda da dengue ocasiona alterações na condução elétrica, levando a arritmias. CONCLUSÃO: A DV é uma complicação importante da dengue, especialmente nas formas graves. Entretanto esse tema é pouco explorado, sendo necessárias mais pesquisas para mitigar o impacto dessa condição. PALAVRAS-CHAVE: Dengue; Disfunção ventricular; Miocárdio.
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