A prática de atividade física na prevenção da Doença de Alzheimer

  • Autor
  • Jean Carlos Martins da Silva
  • Co-autores
  • Ana Carolina Albernaz Barbosa
  • Resumo
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    Introdução: A Doença de Alzheimer (DA) é um distúrbio neurodegenerativo caracterizado por acúmulo de placas amiloides extraneuronais e emaranhados neurofibrilares intraneuronais, além de perda de neurônios colinérgicos e substância cinzenta do córtex pré-frontal. No Brasil, 54,15% dos pacientes com demência foram diagnosticados com doença de Alzheimer, apontando para a necessidade de medidas que evitem ou posterguem o início da doença. A partir do impacto positivo na fisiopatologia da doença, o trabalho tem por objetivo destacar os principais mecanismos protetores do SNC e preventivos da DA proporcionados pela prática regular de atividade física. Método: Para abordar o tema desta revisão de literatura, foi realizado, no mês de junho de 2020, buscas na base de dados PubMed utilizando os seguintes descritores: “Doença de Alzheimer’’, “prevenção’’ e “atividade física’’ usando os operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram incluídos trabalhos completos de revisão e ensaios clínicos randomizados realizados nos últimos 5 anos (2015-2020) que atendam aos critérios de elegibilidade e respondam o objetivo do estudo, além de possuir adequada relevância metodológica e qualidade.  Discussão: Além de agir indiretamente sobre a DA através dos fatores de risco modificáveis, os exercícios físicos constituem-se como neuroprotetores diretos da função cognitiva. Pesquisas em camundongos submetidos ao uso de esteira indicaram redução significativa nos níveis da enzima glicogênio sintase, que por sua vez, diminui a fosforilação e o acúmulo da proteína Tau. Ademais, esses animais apresentaram redução da atividade de células da resposta inflamatória como linfócitos, astrócitos e micróglias, além de diminuir marcadores inflamatórios como fator de necrose tumoral alfa e as interleucinas 1 beta e 6 no tecido cerebral, comumente adjacentes às placas amiloides na DA. Com apenas 9 meses de exercícios em roda livre voluntária por um modelo de ratos transgênicos com DA foi gerado um aumento significativo de Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF), responsável pela manutenção dos neurônios estabelecidos e o crescimento e diferenciação de novos neurônios e sinapses. Conclusão: Diversos estudos recentes apontam para ao fator neuroprotetor da atividade física, principalmente em práticas aeróbicas sistematizadas. Assim, tanto profissionais de saúde como pacientes de risco devem considerar esta alternativa como meio de prevenção da DA e promoção de saúde. 

  • Palavras-chave
  • Doença de Alzheimer, Exercício, Prevenção Primária
  • Área Temática
  • Neurologia
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