Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA), comumente conhecido como autismo é uma desordem no neurodesenvolvimento que se caracteriza por deficiências na comunicação, interesses, interação social, comportamento repetitivo e estereotipado, padrões de comportamento ritualístico, interesses restritos, fixos e intensos. Foi observado que entre 40 e 60% de crianças com TEA sofrem de constipação, dor abdominal e diarreia, surgindo assim a hipótese de que existe relação com a disbiose intestinal. A microbiota intestinal é composta por aproximadamente 1.000 espécies diferentes de bactérias que atuam prevenindo a adesão de patógenos entéricos nas células epiteliais do intestino, chamamos de disbiose intestinal o desequilíbrio da microbiota. Objetivo: Verificar a correlação das alterações na microbiota intestinal e o desenvolvimento do autismo. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, em que foram realizadas buscas nas bases de dados PUBMED, SCIELO e LILACS, utilizando os descritores “autismo”, “microbiota intestinal” e “disbiose” em português e inglês publicados no período de 2009 a 2019. Resultados e discussão: Pesquisas recentes relacionam o autismo com a disbiose, uma vez que, foi observado que a microbiota intestinal de crianças autistas apresenta diferenças significativas quando comparadas com a das crianças não autistas. O intestino tem um revestimento que funciona como uma barreira para impedir que partículas maiores danifiquem a homeostase, quando essa barreira começa a apresentar danos, recebe o nome de permeabilidade intestinal, da qual possibilita a passagem de bactérias, toxinas e metabólitos para a corrente sanguínea. Sintomas comportamentais como hiperatividade, falta de concentração, irritabilidade e agressividade são associados a disbiose, já que podem influenciar o SNC por meio do eixo intestino-cérebro. Diferentes estudos relataram a presença de bactérias dos gêneros Clostridium sp., Ruminococcus sp. e Desulfovibrio sp. nas fezes de crianças autistas, com destaque para Desulfovibrio vulgaris que está diretamente relacionado com a severidade da doença e Clostridium difficile cujos principais fatores de virulência são responsáveis pela destruição do epitélio intestinal. Conclusão: Com base nos dados citados, nota-se que há disbiose intestinal em autistas que pode agravar seus sintomas, portanto, faz-se necessária a realização de medidas que possam auxiliar na recomposição da microbiota intestinal e assim melhorar qualidade de vida das pessoas com essa condição patológica.
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