Introdução: A doença pelo novo coronavírus (COVID-19) foi declarada pandemia em 2020. Diante isso, sua gravidade tem sido associada com comorbidades, tais quais a obesidade. Assim, esse estudo objetivou elucidar a relação existente entre obesidade e a evolução clínica grave ou fatal da COVID-19, além de elencar os principais mecanismos fisiopatológicos, possivelmente envolvidos nesse processo. Métodos: Revisão sistemática (sem metanálise) com busca nas bases de dados SciELO, PubMed, Lilacs, Web of Science e Scopus (Elsevier), utilizando os descritores “Obesidade”, “Obesity” e “COVID-19”, de estudos em 2020. Foram utilizados como critérios de exclusão: idioma – artigos escritos que não em inglês ou português; indisponibilidade do texto completo; título, resumo e palavras-chaves que destoam do tema; tipo de estudo; duplicidade; e leitura completa do texto. Por fim, foram incluídos 12 artigos. Discussão: A busca não demonstrou prevalência quanto ao sexo e idade em pacientes obesos com COVID-19, quando comparados com aqueles sem essa comorbidade, bem como um quadro sintomatológico inespecífico similar. Quanto aos mecanismos fisiopatológicos responsáveis pela evolução desfavorável nos obesos têm-se a maior demanda de oxigênio por alterações mecânicas de vias aéreas e de parênquima pulmonar, o caráter inflamatório crônico da obesidade, e, possivelmente, a maior expressão dos receptores da Enzima Conversora da Angiotensina 2 (ECA-2) no tecido adiposo e no tecido brônquico dos obesos. Em consequência desses fatores, possivelmente determinantes para um pior prognóstico da infecção, observa-se que os pacientes obesos possuem a maior necessidade de internação em Unidades de Terapia Intensivas e ventilação mecânica, respectivamente. Outro dado encontrado, que merece destaque, é a alta taxa de letalidade entre os obesos infectados, que pode ser explicada pelo fato de que, além dos efeitos diretos sobre a função pulmonar, a obesidade é causa confirmada de Diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e Hipertensão Arterial Sistêmica, fatores também associados à gravidade da COVID-19. Conclusão: Este estudo apresenta a obesidade como fator de risco para a progressão grave da COVID-19, bem como para a necessidade de internação em UTIs e de submissão à ventilação mecânica. Contudo, nota-se que os mecanismos da relação entre as doenças não estão bem elucidados, fato que expõe importância de seguimento das pesquisas na área.
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