Neurocirurgia na pandemia do Covid-19: desafios e atualizações na adaptação da rotina da especialidade para minimização do contágio de neurocirurgiões

  • Autor
  • Gabriella Rodrigues Dias Santos
  • Co-autores
  • Marcelo Moraes Valença (Orientador)
  • Resumo
  •  

    Introdução: A pandemia do novo coronavírus modificou a prática médica, com impacto na neurocirurgia. Devido ao longo período de incubação e alta taxa de transmissibilidade, cirurgiões e pacientes estão expostos em procedimentos neurocirúrgicos, com impacto no prognóstico da cirurgia e na contaminação da equipe caso cuidados não sejam tomados para minimizar o contato do SARS-CoV-2 com a mucosa oral, nasal e ocular dos profissionais. Métodos: Revisão integrativa realizada nas bases de dados PUBMED, BVS e NCBI/PMC utilizando os descritores: Covid-19 e Neurocirurgia. Foram incluídos artigos publicados em 2020 nos idiomas inglês e português, com exclusão de cartas de opinião e texto completo indisponível gratuitamente. No PUBMED, 1 artigo foi encontrado, com 96 artigos semelhantes, 11 correspondentes aos filtros, com seleção de 3 artigos. No NCBI/PMC foram encontrados 3 artigos, com 1 artigo selecionado, enquanto na BVS foram encontrados 35 artigos, com 3 artigos selecionados. Todos os 7 artigos foram selecionados por resumo e posteriormente lidos na íntegra. Discussão: A rotina neurocirúrgica no mundo mudou com a disseminação do covid-19. Todo paciente candidato a neurocirurgia deve ser avaliado quanto ao benefício, considerando os riscos de contágio. A equipe deve estar atenta para a higienização das mãos e equipada com EPIs como luvas cirúrgicas duplas, proteção ocular, máscara N95/FFP2, entre outros. Na sala de cirurgia, deve-se reduzir a equipe, alocando profissionais mais jovens e reservando uma sala com equipamento anestésico para exclusividade de casos Covid-19 durante a pandemia. Procedimentos eletivos devem ser adiados e Swab nasofaríngeo e TC devem ser realizados no pré-operatório, com todos os pacientes operados permanecendo em quarentena. Quanto a técnica cirúrgica, deve-se diminuir o tempo operatório e preferir a posição prona. Procedimentos endoscópicos endonasais e técnicas com perfuração óssea aumentam a formação de aerossóis. Sugere-se evitar brocas e craniotomos, dando preferência pelo aparelho de Hudson e a serra de Gigli, sempre com irrigação intensa. Procedimentos transcranianos são mais seguros, exceto pela abertura do seio frontal, já que não há evidências de que o vírus se concentre no sangue ou no LCR. Conclusão: Dessa forma, práticas adaptadas para o contexto neurocirúrgico são necessárias, além das medidas de prevenção gerais, para otimizar a chance de cura do paciente e proteger o neurocirurgião da infecção por SARS-CoV-2.

  • Palavras-chave
  • Coronavírus, SARS-CoV-2, Covid-19, transmissão, Neurocirurgia.
  • Área Temática
  • Neurocirurgia
Voltar

linnuniceplac@gmail.com