Síndrome de Terson e aneurisma de artéria comunicante anterior: Um relato de caso

  • Autor
  • Gabriella Rodrigues Dias Santos
  • Co-autores
  • Marcelo Moraes Valença (Orientador)
  • Resumo
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    Introdução: O aneurisma de artéria comunicante anterior (ACoA) é um dos mais frequentes aneurismas saculares intracranianos. Seu rompimento causa hemorragia subaracnóide, que leva a Síndrome de Terson em 2-5% dos casos, uma séria e subdiagnosticada complicação. Métodos: Revisão bibliográfica foi realizada nas bases de dados PUBMED, BVS e NCBI/PMC utilizando os descritores: “Síndrome de Terson” e “Artéria Comunicante Anterior” com conectivo “OR”. Foram incluídos artigos nos idiomas inglês e português com alguma palavra-chave em seu título e excluídas cartas de opinião e artigos com texto completo indisponível gratuitamente. 8 artigos foram selecionados por resumo e posteriormente lidos na íntegra. Descrição do caso: MJMF, 49a, hipertensa, tabagista, relata forte cefaleia de início súbito enquanto lavava pratos, associada com queda da acuidade visual no olho esquerdo. Apresentou um episódio de vômito 10 minutos após o início da cefaleia, com concomitante tontura e fraqueza em membros inferiores, que persistiu por 2 horas. A cefaleia permaneceu por 10 dias. Foi submetida a procedimento de embolização por via endovascular e se recuperou bem. Discussão: Os aneurismas de ACoA são os 2º em grau de incidência, mais comuns em homens e associados com de HAS, DM e tabagismo. Sua clínica pode variar desde quadros assintomáticos a forte cefaleia de início súbito, com náuseas, vômitos e perda da consciência. O tratamento preconizado é a embolização por via endovascular, com idade e tamanho do saco aneurismático influenciando no resultado. Pode complicar com rompimento, gerando desde trombose e espasmo das AA. Cerebrais Anteriores até hemorragia subaracnóidea, que pode evoluir para a Síndrome de Terson. Esta é um sangramento intraocular, normalmente vítreo, causado por um aumento rápido da pressão intracraniana por ruptura de aneurismas, que reduz a drenagem venosa da retina. Não está relacionada a gênero ou idade e é bilateral em quase metade dos casos. Perda de visão ocorre primariamente, com manchas algodonosas e hemorragia intrarretiniana podendo ser detectadas na fundoscopia, TC ou USG. Costuma ser reversível, com necessidade de seguimento para evitar complicações oculares. Conclusão: A Síndrome de Terson é uma rara, porém séria, complicação da hemorragia subaracnóide aneurismática e levanta a necessidade de avaliação oftalmológica sistemática e seriada dos doentes com essa patologia, para diagnóstico precoce e melhora do prognóstico.

     

  • Palavras-chave
  • Síndrome de Terson, Aneurisma intracraniano, Hemorragia subaracnóide, Artéria comunicante anterior, Hemorragia vítrea.
  • Área Temática
  • Neurocirurgia
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