INTRODUÇÃO: O envelhecimento tem se acelerado na população mundial, especialmente, nos países subdesenvolvidos. Porém, o aumento da expectativa de vida está sendo acompanhado dos fatores psicogenéticos como medo, ansiedade e depressão. Os sintomas cognitivos são universais, afetando a funcionalidade em vários domínios, incluindo redução do funcionamento executivo, a atenção, a memória, a aprendizagem, velocidade psicomotora e processamento verbal do idoso. Nesse contexto, objetivou-se investigar a relação de sintomas depressivos com o padrão de ativação cortical e o tempo de reação motora (TRM) em mulheres idosas. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo experimental, efetivado sob anuência do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Brasília, parecer nº 3.552.555/2019. O desenho do estudo se cumpriu com 59 idosas voluntárias, sendo 32 idosas com depressão e um grupo controle composto por 27 idosas hígidas. Utilizou-se como instrumentos: Escala de Depressão Geriátrica; O TRM foi mensurado pelo software TRT_S2012, parametrizado com 10 execuções para o TRTSimples e 10 execuções para o TRTFadiga, sendo realizado sincronizado ao eletroencefalograma (Emotiv EPOC+®). O efeito geral da análise foi testado com odds ratio (OR) e as diferenças médias com IC-95% foram calculados para desfechos contínuos. RESULTADOS: Os achados apontaram TRT_simples (OR=1,89), TRT_fadiga inicial (OR=2,21) e final (OR=1,45), como fatores de risco para sintomas depressivos. O aumento das chances geradas pelo TRM sobre os sintomas depressivos, obtiveram fortes correlações com menores ativações gama nos campos motores no hemisfério contralateral (r=0,879). DISCUSSÃO: As alterações das oscilações gama em idosas com sintomas depressivos reflete um desequilíbrio cortical excitatório e inibitório, gerando um padrão de execução motora lenta. Tais modificações fornecem um caminho importante e justificável para o tempo de reação motora ser de fato o fator de risco para considerar, já que de uma forma mais simples expõe as modificações corticais. CONCLUSÃO: Na obra “A Solidão dos Moribundos”, Norbert Elias elucida, o quanto a medicina atual busca retardar o envelhecimento e a morte, mas negligência tratamentos à saúde mental e estereotipa os diagnosticados impedindo que muitos procurem ajuda. E os resultados aqui apresentados, são relevantes por destacarem a influência de um fator psicogenético sobre um comportamento motor predisponente ao pior evento que acomete a população idosa, às quedas.
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