INTRODUÇÃO: O envelhecimento fisiológico gera alterações em todo o organismo do indivíduo, entre elas alterações comportamentais e sentimentais, como a ansiedade. Logo, a ansiedade generalizada no idoso interfere diretamente na qualidade de vida, entre eles, no risco de queda e na diminuição da auto-suficiência por reduzir informações sensoriais importantes que geram o aumento da oscilação e do desequilíbrio corporal. Tal afecção cognitiva, gera nos idosos uma percepção ilusória, sub ou superestimada, aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Nesse contexto, objetivou-se investigar a relação da ansiedade com o padrão de ativação cortical e o tempo de reação motora (TRM) em mulheres idosas. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo experimental, efetivado sob anuência do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Brasília, parecer nº 3.552.555/2019. O desenho do estudo se cumpriu com 72 idosas voluntárias, sendo 41 idosas com ansiedade e um grupo controle composto por 31 idosas eutímicas. Utilizou-se como instrumentos: Inventário de Ansiedade; O TRM foi mensurado pelo software TRT_S2012, parametrizado com 10 execuções para o TRTSimples e 10 execuções para o TRTFadiga, sendo realizado sincronizado ao eletroencefalograma (Emotiv EPOC+®). O efeito geral da análise foi testado com odds ratio (OR) e as diferenças médias com IC-95% foram calculados para desfechos contínuos. RESULTADOS: Os achados apontaram que o TRT_simples (OR=1,68) e TRT_fadiga inicial (OR=1,42), são fatores de risco para o estado de ansiedade. O aumento das chances geradas pelo TRM sobre a ansiedade, obtiveram fortes correlações com maiores ativações gama nos campos motores no hemisfério contralateral (r=0,831). DISCUSSÃO: A discussão das alterações funcionais em idosos agravada por condições cognitivas como ansiedade não é recente, há quase uma década outros estudos já destacavam que a tal transtorno, promove uma condição ilusória ou antecipatória nas habilidades funcionais, representada por lentidão velocidade motora e psicomotora, no tempo de resposta devido à atenção, com consequente sobrecarga de ativação cortical. CONCLUSÃO: Foi possível verificar que a ansiedade está intimamente relacionada a uma ilusória antecipação protetora. O maior tempo de planejamento cortical, aumenta o tempo de reação, impactando diretamente sobre as estratégias de proteção ou recuperação do equilíbrio. Assim, os resultados apontaram um perfil neuromotor predisponente à queda em idosas com ansiedade.
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