HANSENÍASE NEURAL PURA: ASPECTOS DE RELEVÂNCIA PARA O DIAGNÓSTICO PRECOCE

  • Autor
  • Mariana dos Santos Vasconcelos
  • Co-autores
  • Paulo Vitor Henriques da Silva , João Gualda Garrido Trajano , Letícia dos Reis Nunes , Gabriel Barroso Leão , Cristiane Márcia dos Santos Ribeiro
  • Resumo
  • Introdução: A forma neural pura da hanseníase é caracterizada pela neuropatia periférica na ausência de lesões dermatológicas atuais ou pregressas e baciloscopia negativa em esfregaço de pele. O paciente com suspeita de comprometimento neurológico deve ser investigado quanto à hanseníase neural primária (HNP) devido ao potencial de lesão irreversível dos nervos periféricos e, por conseguinte, possível estabelecimento de uma neuropatia grave incapacitante. O objetivo deste trabalho consiste em apresentar aspectos neurológicos e condutas que contribuem com o diagnóstico precoce da doença. Metodologia: O trabalho foi estruturado como revisão de literatura na qual foram consultadas as seguintes bases de dados: PUBMED, LILACS e SciELO. Para a seleção, utilizou-se o seguinte critério de inclusão: artigos publicados entre 2007 e 2019, nos idiomas português e inglês. Após a seleção de 21 artigos, estes foram analisados a fim de contemplar o objetivo proposto por essa revisão. Discussão: O diagnóstico da HNP depende de achados clínicos-neurológicos e epidemiológicos, complementados, quando possível, com exames eletrofisiológicos, imunológicos e histopatológicos. São sugestivos sinais e sintomas como hipoestasia, parestesia, paresia, dor neuropática, amiotrofia e espessamento neural. Foi evidenciada a avaliação do número de nervos comprometidos, do Teste de Mitsuda e da sorologia anti-PGL-1. A eletroneuromiografia é utilizada no rastreamento das reações e no estudo da condução nervosa. A biópsia para análise histopatológica do nervo, apesar de bastante invasiva, possui elevada sensibilidade. A HNP cursa com comprometimento assimétrico de predomínio sensitivo e, entre os nervos com maior frequência de acometimento, destacam-se: ulnar, sural, tibial sensitivo, radial superficial e fibular superficial. Constatou-se que há relação direta entre a duração da doença e o grau de comprometimento funcional. Conclusão: A HNP representa um grande desafio na prática clínica tendo em vista que os dois sinais clássicos de hanseníase – lesões cutâneas e presença de bacilos álcool-ácido resistentes – estão ausentes, além do amplo espectro de diagnósticos diferenciais associados às neuropatias periféricas. Sua detecção precoce através da sistematização e avaliação dos dados coletados, permite uma intervenção em tempo oportuno visando restringir a cadeia de transmissão e evitar o surgimento de incapacidades.                           

  • Palavras-chave
  • Hanseníase neural pura, diagnóstico precoce, incapacidades
  • Área Temática
  • Neurologia
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