Introdução: O leite materno constitui-se o alimento ideal para o recém-nascido, capaz de fornecer todos os nutrientes essenciais e de forma equilibrada, determinante ao adequado crescimento e desenvolvimento, em especial nos primeiros dois anos de vida. Idealmente exclusivo nos seis primeiros meses, o aleitamento materno proporciona uma interação profunda entre mãe e filho, com repercussões substanciais no estado nutricional do lactente, na sua defesa contra infecções e no seu desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, impactando positivamente na promoção à saúde. Dada toda importância ao tema, o Ministério da Saúde tem publicado em seus documentos diversas orientações e recomendações às lactantes e aos profissionais de saúde que lidam nesse atendimento. No Brasil, entre 2000 e 2015 a taxa de mortalidade infantil apresentou tendência à queda, passando de 30 óbitos a cada mil nascidos vivos para 13,82 óbitos no mesmo denominador - uma redução média de 53,9% - e tem na amamentação uma das razões dessa melhora. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico do aleitamento materno no município de Vitória da Conquista - Bahia, em 2008, comparando-o com os dados estaduais do mesmo período. Métodos: Foi realizado um estudo ecológico observacional no SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) utilizando dados de 2008, de mães beneficiárias do Programa Bolsa Família. Para tanto, foi feita análise do percentual de lactantes em aleitamento ativo; também pesquisada se de forma exclusiva e o percentual de complementação a esse aleitamento. Resultados: Em dezembro de 2008, no Estado da Bahia, foram registradas 321.941 lactantes que amamentaram nos primeiros seis meses mas, destas, apenas 4.000 ofereceram o Aleitamento Materno Exclusivo (AME); 2.292 mães com aleitamento predominante e 20.546 faziam uso de alimentação complementar. No tocante à Vitória da Conquista, no mesmo ano, 15.316 mães amamentaram mas apenas 775 na sua forma exclusiva até o sexto mês; 370 na forma predominante e 1.967 de forma complementar. Conclusão: A despeito da indisponibilidade de dados mais recentes, verifica-se, no exposto, a baixa adesão materna ao aleitamento em Vitória da Conquista e na Bahia, com grande prevalência da alimentação complementar nos primeiros seis meses. Diante disso, torna-se necessária uma maior abordagem do tema, em especial na população mais carente e de menos instrução, enfatizando os benefícios do aleitamento materno, nas suas diferentes fases e circunstâncias.
linnuniceplac@gmail.com