Introdução: A Síndrome de Baggio-Yoshinari (SBY) também conhecida como Borreolise Humana Brasileira ou Doença de Lyme (DL) é uma enfermidade de origem infecciosa, transmitida por carrapatos dos gêneros Amblyomma e/ou Rhipicephalus, causada por espiroquetas do complexo Borrelia burgdorferi de morfologia atípica e incultivável, que ocasiona complicações sistêmicas e recorrentes, incluindo desordens imunológicas, ao longo de uma prolongada evolução clínica. Métodos: Trata-se de revisão bibliográfica embasada em artigos científicos indexados no SCIELO, Pubmed e BVS publicados entre 2015 e 2020 e identificados pelos descritores: Doença de Lyme; Espiroquetas; Neuroborreliose; Síndrome de Baggio-Yoshinari. Discussão: A Síndrome de Bagggio-Yosinari é considerada uma “nova doença” transmitida por carrapato no Brasil, em que há a apresentação dos sintomas neurológicos também observados na clássica DL do hemisfério norte, mas que se difere dessa pela presença adicional de tender a causar manifestações neurológicas crônicas e articulares. O envolvimento neurológico ocorre em média de 15% a 25% dos casos, especialmente, nos pacientes infectados por B. Garinii. Os distúrbios mais comuns são encefalites, paralisias de nervos cranianos, meningite linfomonocitária e mielites. A paralisia de Bell, por comprometimento do VII par craniano, é a manifestação mais frequente da neuroborreliose em crianças e adolescentes, podendo ocorrer em até 50% dos casos. Outros pares de nervos cranianos também podem ser afetados, entre os quais estão os II, III, V, VI e IX pares. Além dessas expressões, também se verifica a ocorrência de diplopia, surdez, disfagia, dislalia, nevralgia do trigêmeo radiculopatias periféricas sensitivo-motoras, mononeurite multiplex, convulsões, disfunção esfincteriana e até mesmo a Síndrome de Guillain-Barré. Conclusão: A compreensão da SBY se tornou um desafio profissional para a maioria dos médicos brasileiros de diferentes especialidades, por se tratar de uma nova doença proveniente do carrapato, sendo diferenciada da Doença de Lyme clássica. Além disso, uma vez que esta zoonose redicivante progride e, desenvolve características autoimunes, traz sérias preocupações para o diagnóstico diferencial com síndromes reumatológicas idiopáticas e neurológicas, necessitando informações, atualizações e capacitação dos profissionais de saúde para seu enfrentamento.
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