Introdução: Cerca de 25 a 35% dos pacientes com epilepsia não respondem ao tratamento convencional medicamentoso. Isso faz com que o uso da dieta cetogênica (DC) seja cada vez mais aplicado como forma de tratamento em casos de epilepsia não responsivos à conduta usual com drogas antiepilépticas (DEAS). Dessa forma, a DC baseada em um alto teor lipídico, promove uma produção hepática contínua de corpos cetônicos que irão estimular os neurônios a produzirem essas substâncias, substituindo a formação de glicose e aumentando o limiar convulsivo. Objetivo (s): Analisar a eficácia da dieta cetogênica como via alternativa no tratamento da epilepsia refratária. Métodos: Revisão sistemática da literatura realizada em julho/2020. Foram selecionados artigos publicados na base de dados da Scielo, PubMed e Lilacs, utilizando os descritores: ‘’dieta cetogênica’’, “epilepsia refratária” e “tratamentos alternativos para epilepsia”. Foram utilizados como critérios de inclusão, artigos dos últimos 10 anos, cujo assunto principal é a epilepsia resistente a medicamentos, nos idiomas inglês e português. Resultados e discussão: A dieta cetogênica, através de uma oferta excessiva de gorduras, associa-se à modulação de neurotransmissores, e acarreta mudanças na concentração de monoaminas e ação neuroprotetora. O tratamento consiste na indução do metabolismo a produzir uma modificação química, que resultará em uma cetose crônica a partir da administração de uma dieta rica em gorduras e pobre em carboidratos e proteínas. Os resultados de estudos analisados mostram uma redução na frequência e gravidade das crises convulsivas, além de melhor eficácia nas crianças, seguidos de adolescentes e adultos. Por outro lado, os efeitos adversos incluem hiperlipidemia, aumento do risco de aterosclerose, leucopenia à longo prazo. É indicado suplemento vitamínico e relacionados, para evitar possíveis complicações por alterações de eletrólitos, vitaminas e minerais. Conclusão: A partir dos resultados observados na pesquisa, conclui-se que a dieta cetogênica é bastante eficaz na diminuição da frequência das crises, e depende diretamente da idade do paciente. Logo, quanto mais precoce for o início do tratamento, melhor será a eficácia da DC. Apesar dos efeitos adversos, a administração correta da DC é um método muito promissor no tratamento da epilepsia refratária, e permite a melhora na qualidade de vida dos pacientes epilépticos, sem intervenção medicamentosa ou cirúrgica.
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