INTRODUÇÃO: A estenose aórtica (EA), estreitamento progressivo da válvula aórtica, é uma doença valvar recorrente. Ocorre em 25% dos adultos acima de 65 anos e em jovens, quando de origem reumática. A progressão da doença leva à sobrecarga do ventrículo esquerdo, resultando em hipertrofia de sua parede. Para manter o débito cardíaco, são necessárias elevadas pressões intraventriculares, o que gerará redução da contratilidade. A sobrevida com o tratamento clínico é de aproximadamente 50% em dois anos e de 20% após cinco anos. Assim, recomenda-se a cirurgia de substituição valvar. O implante da valva aórtica transcateter (TAVI), técnica minimamente invasiva, é uma alternativa à cirurgia convencional para doentes com EA grave, considerados inoperáveis e com alto risco de mortalidade. Este trabalho tem como objetivo evidenciar as principais vantagens do TAVI em pacientes com EA, bem como entender as principais complicações desse tratamento. MÉTODOS: Revisão da literatura, de caráter analítico-descritivo, baseada em análises de 25 artigos científicos sobre TAVI em pacientes com EA, no período de 2009 a 2019. Foram utilizadas as bases de dados online PubMed, SciELO e MEDLINE. As palavras-chave utilizadas foram: estenose aórtica, substituição da valva aórtica transcateter e cirurgia cardíaca, no idioma português. DISCUSSÃO: Para a realização do TAVI deve-se realizar uma avaliação clínica conjunta à avaliação dos escores de risco, os quais estimam o risco operatório através de ferramentas online, classificando os pacientes como baixo, intermediário e alto risco operatório (>8% pelo STS ou >10% pelo EuroSCORE II). Pacientes considerados inoperáveis, com contraindicações específicas à intervenção, independente do risco cirúrgico, têm todos os consensos unânimes na indicação do TAVI. Embora o TAVI seja menos invasivo, o procedimento pode apresentar complicações, como oclusão dos óstios coronarianos, perfuração ventricular, regurgitação paravalvular, bloqueio cardíaco, embolização do dispositivo e acidente vascular cerebral. CONCLUSÃO: A EA acomete muitas pessoas e em diferentes graus, necessitando de novas técnicas que possibilitem o acesso ao procedimento curativo. Em pacientes de baixo risco, a intervenção convencional ainda permanece como padrão ouro. Porém, para atender pacientes com EA grave, tidos como inoperáveis, a TAVI transcendeu fronteiras pré-estabelecidas e possibilitou uma intervenção menos arriscada e invasiva, revolucionando a cirurgia cardíaca.
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