Uso de Benzodiazepínicos associado ao risco de desenvolver demência: uma revisão de literatura

  • Autor
  • Daniela Videira Botton
  • Co-autores
  • Daisi Sanches Moraes , Rafaela Tavares Mendes , Letícia Pereira Mourão , Wilson Roberto Malfará
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO: Com uma alta taxa de utilização na população como um todo, os benzodiazepínicos são fármacos frequentemente usados para o tratamento de transtorno de ansiedade e distúrbios do sono (GAGE et al., 2012). São fármacos sedativo-hipnóticos com efeitos ansiolíticos, que ligam ao receptor GABAa (TREVOR; WAY, 2014), aumentando a resposta sináptica neuronal inibitória, provocada pela entrada de íons cloreto. O uso destes fármacos deve ser limitado a curtos períodos e baixas doses, a fim de reduzir o risco de efeitos adversos (CADOGAN et al., 2018), que de forma frequente ocorrem. Entre estes, destacam-se o risco de quedas, suicídios e dependência (CAMPANHA et al., 2020). Além disso, muitos estudos sugerem a associação entre um longo período de uso destes fármacos com o risco de desenvolver demência (ESPINOZA, 2020). A demência é uma patologia muito frequente na população idosa, sendo um processo de deterioração de funções cognitivas e funções executivas, que evolui durante anos (BOCTI et al., 2013). Desta forma, o atual trabalho teve por objetivo descrever a associação entre o uso de benzodiazepínicos e o risco de desenvolver demência.

    MÉTODOS: Foi realizada uma revisão de literatura a partir de artigos das base de dados PubMed e EBSCO, totalizando 14 artigos. As palavras-chaves usadas para a seleção dos artigos foram: benzodiazepínicos, demência e risco. Como critério de inclusão, foram selecionados artigos entre os anos de 2011 a 2020.

    DISCUSSÃO: Zhong et al. (2015) evidenciou a partir de uma revisão de meta-análise, que o uso prolongado de benzodiazepínicos aumentam o risco de desenvolver demência. Assim como Gage et al. (2015), ressaltou a partir de um revisão sistemática, que há a associação entre uso de benzodiazepínicos e a demência, e que o risco aumenta conforme a duração do tratamento principalmente quando as doses são maiores, sugerindo cautela na prescrição. No mesmo caminho, Takada et al. (2016) salienta a relação do uso prolongado da substância como fator de risco aumentado para a demência, em uma análise realizada em diferentes bases de dados.

    CONCLUSÃO: Dessa forma, ficou evidente que uma associação entre os benzodiazepínicos e o desenvolvimento de demência é fortemente indicada pelos estudos pesquisados o que sugere cautela no uso e prescrição desta classe, considerando-se o benefício-risco, haja vista a grande disponibilidade de outras classes farmacológicas com mesma indicação terapêutica com possível redução de efeitos adversos.

  • Palavras-chave
  • Benzodiazepinas, Demência, Risco
  • Área Temática
  • Neurologia
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