ABORDAGEM ENDOVASCULAR PARA FÍSTULA ARTERIOVENOSA DURAL EM PACIENTE JOVEM

  • Autor
  • Gabriel de Almeida Rios
  • Co-autores
  • Lucas Lauand , Matheus Macêdo da Silva , Thiago Almeida Hurtado , Paulo Victor Alves Machado Osório , Eduardo Siqueira Waihrich
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO

    As fístulas arteriovenosas durais (FAVd) são conexões patológicas entre artérias meníngeas e seios venosos durais ou veias corticais, com população média acometida entre 50 e 60 anos e cujas localizações mais comuns são a placa cribiforme, o tentório e os seios cavernoso e transverso.

    Possuem etiologias multifatoriais, podendo ser espontâneas, adquiridas, idiopáticas ou, em raras ocasiões, congênitas. 

    As manifestações clínicas são variáveis, podendo ser até assintomáticas, e dependem da localização, padrão de drenagem e capacidade de compensação da fístula.

    MÉTODOS

    Foram analisados os prontuários do paciente e feita uma revisão na literatura na base de dados Pubmed, utilizando os descritores: Fístulas arteriovenosas durais (Dural arteriovenous fistula); Malformações vasculares cerebrais (Cerebral vascular malformations).

    DESCRIÇÃO DO CASO

    KCL, 17 anos, feminina, hígida, iniciou cefaleia pulsátil intensa temporal direita associada a foto/fonofobia com 3 episódios de vômitos e refratária a analgésicos.

    Submetida a angioressonância, que demonstrou achados sugestivos de trombose de seio transverso e sigmóide direitos. Foi solicitada angiografia que evidenciou FAVd para seio transverso direito, nutrida por ramos distais da artéria meníngea média com refluxo retrógrado dentro do seio, classificada como Cognard II e indicada para intervenção endovascular. Embolização sem intercorrências com oclusão completa da fístula e remissão dos sintomas.

    DISCUSSÃO

    Há relação entre trombose de seio dural e formação de FAVd. Acredita-se que a oclusão leva a hipertensão venosa, promovendo dilatação dos capilares e a formação de shunts entre as artérias e veias durais.

    As FAVd possuem quadros clínicos variáveis, podendo cursar com cefaleia, vômitos, convulsões e outros déficits neurológicos focais. O padrão ouro para diagnóstico e classificação é a angiografia com subtração digital. Classificadas segundo Cognard pela sua drenagem venosa, padrão de fluxo no seio e se há refluxo pelas veias corticais.

    A conduta nos benignos assintomáticos é conservadora e naqueles agressivos e/ou sintomáticos a primeira linha é a abordagem endovascular com embolização das artérias nutridoras.

    CONCLUSÃO

    As FAVd são incomuns e relacionadas a trombose de seio dural, representando 10-15% das malformações vasculares intracranianas, com risco relevante de sangramento. O diagnóstico e classificação com angiografia devem ser feitos, e intervenção deve ser realizada com indicação.

  • Palavras-chave
  • Fístula arteriovenosa dural, Malformações vasculares cerebrais, abordagem endovascular
  • Área Temática
  • Neurocirurgia
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