Validação Externa da Escala de Coma de Glasgow – Pupila em uma Coorte Brasileira de Pacientes Vítimas de Trauma Cranioencefálico e Proposição de um Novo Score

  • Autor
  • Caroline Ferreira Fagundes
  • Co-autores
  • Matheus Rodrigues de Souza , Gustavo Carlos Lucena da Silva , Rafaela Borin Barreto , Wellingson Silva Paiva
  • Resumo
  • Introdução: Recentemente foi proposta a inclusão da resposta pupilar na tradicional Escala de Coma de Glasgow (ECG-P). No estudo norte americano que a validou foi demonstrada maior acurácia preditiva, entretanto a mesma não foi validada em contextos epidemiológicos distintos, tais como em países de baixa e média renda. Tendo isso em vista, o objetivo do presente estudo é validar a ECG-P no contexto da população brasileira e propor um novo modelo, combinando a melhor resposta motora da ECG com a resposta pupilar (MS-P) como preditores para desfechos clínicos em pacientes vítimas de TCE.

    Método: Estudo retrospectivo desenvolvido segundo o Transparent reporting of a multivariable prediction model for individual prognosis or diagnosis. Conduzido no hospital de nível quaternário que atende a uma população de mais de 12 milhões de habitantes. Avaliando e comparando o valor preditivo da ECG, ECG-P e MS-P para mortalidade em 14 dias, mortalidade intra-hospitalar, necessidade de intubação orotraqueal (IOT) e tempo de internação hospitalar, a partir da Área Sob a Curva de ROC (AUC). Os dados foram descritos em valores absolutos e relativos. Um valor de P>0.05 foi considerado estatisticamente significativo. A análise estatística foi procedida no software SPSS 25.
    Resultados: 447 pacientes foram incluídos no estudo. Enquanto preditor de mortalidade em 14 dias, o MS-P mostrou melhor discriminação do que a ECG (AUC 0.736 vs. AUC 0.658; p > 0.001) e melhor do que a ECG-P (AUC 0.736 vs. AUC 0.704 p = 0.073). Quanto a mortalidade intra-hospitalar, o MS-P demonstrou melhor discriminação em relação a ECG (AUC 0.750 vs. AUC 0.682; p > 0.001) e maior AUC comparada com o ECG-P (AUC 0.750 vs. AUC 0.714; p = 0.027). Quanto a predição da necessidade de IOT, o MS-P apresentou-se mais acurado que a ECG (AUC 0.750 vs. AUC 0.682; p > 0.001) e acurácia semelhante a ECG-P (AUC 0.750 vs. AUC 0.714; p = 0.027). Todos as escalas estiveram relacionadas de forma estatisticamente significativa com o tempo de internação hospitalar (r2 = 0.084 [ECG-P] vs. 0.079 [ECG] vs. 0.072 [MS-P].

    Discussão/Conclusão: O presente estudo destaca-se por descrever e comparar o valor preditivo das escalas GCS, GCS-P, contribuindo para seu processo de validação externa nos países de baixa e média renda.

  • Palavras-chave
  • Trauma Cranioencefálico, Escala de Coma de Glasgow, Fator Prognóstico
  • Área Temática
  • Neurocirurgia
Voltar

linnuniceplac@gmail.com