INTRODUÇÃO: O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma afecção coronariana, caracterizada pela morte dos cardiomiócitos, proveniente do desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio e nutrientes ao tecido, como consequencia da obstrução do fluxo coronariano. Trata-se de condição multifatorial, ou seja, causada pela interação entre diversos genes, em combinação com fatores ambientais. As glutationas S-transferases (GST) constituem um grupo de enzimas que desintoxicam os agentes metabólitos reativos que causam danos ao DNA. Essas enzimas são expressas em vários tecidos, incluindo o coração e os vasos sanguíneos. Assim, polimorfismos nestas enzimas podem conferir suscetibilidade a doenças cardiovasculares, como o IAM. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação do polimorfismo nulo dos genes GSTM1 e GSTT1 com o infarto agudo do miocárdio. MÉTODOS: Trata-se de uma metanálise, composta por artigos científicos publicados nas bases da dados: PubMed (n=6) e ScienceDirect (n=16), utilizando os descritores: polymorphism, GST, GSTM1, GSTT1 e acute myocardial infarction. Foram selecionados 5 estudos originais caso-controle, publicados em inglês, entre 2001 e 2014, e foram excluídos 17 artigos por: apresentarem outros tipos de polimorfismos em outras doenças (n=5) e não enquadrarem na categoria de pesquisa por análise de outras variáveis ou população (n=12). Para a análise estatística, utilizou-se o software BioEstat® 5.3, aplicando-se os testes do Qui-quadrado de heterogeneidade e de Mantel-Haenzel, para a análise do polimorfismo de GSTM1, e de DerSimonian-Laid, para o polimorfismo de GSTT1, em indivíduos saudáveis (n=3.628) e que sofreram IAM (n=2.780). DISCUSSÃO: O polimorfismo nulo de GSTM1 mostrou associação com o IAM (OR=1,121; IC95%=1,006-1,249; p=0,042). Por outro lado, para o polimorfismo GSTT1, não houve associação significativa com a predisposição genética ao IAM (OR=1,173; IC95%=0,618-2,226; p=0,625). CONCLUSÃO: A falta da atividade da enzima GSTM1 aumenta a suscetibilidade individual ao infarto agudo do miocárdio, ou seja, é um fator de risco para a doença. Neste contexto, mais estudos são necessários para verificar a associação entre polimorfismos das GSTs e o desenvolvimento do IAM, de modo a contribuir com o desenvolvimento de novas medidas terapêuticas.
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