O Sermão é um gênero de cunho religioso cristão, que tem como objetivo persuadir um auditório a respeito de determinado propósito comunicativo, por meio do discurso de autoridade e da oratória do religioso que o profere, ancorado em livros sagrados ou em dogmas religiosos. Nesse sentido, o sermão, nato da oratória, formaliza-se como um discurso dirigido a um auditório sobre um tema, previamente elaborado, visando à persuasão desse auditório. Assim, partindo dos estudos acerca da Nova Retórica de Perelman; Olbrechts-Tyteca, esse trabalho tem como principal objetivo analisar as artimanhas persuasivas, utilizadas por chefes religiosos em denominações religiosas cristãs, no agreste alagoano. Toma como base analítica (corpus) um texto religioso configurado num gênero, o Sermão oral, em que um ethos (líder/chefe religioso), profere um discurso persuasivo, para conseguir a confiança do seu auditório (pathos, fiéis da denominação religiosa). Diante disso, esse trabalho segue uma linha de pesquisa qualitativa, com um olhar descritivo-interpretativista, observando os dados processualmente. Por isso, embasa-se nos referenciais teóricos de Abreu (2009), Amossy (2018) Fiorin (2017), Marcuschi (2008), Perelman; Olbrechts-Tyteca (2014), Reboul (2004), Santos (2011), entre outros. O foco da análise é o domínio religioso cristão, mais precisamente, sermões orais proferidos por chefes religiosos (ethos) em denominações religiosas cristãs, no agreste alagoano. As análises do gênero discursivo Sermão oral evidenciam não somente que os argumentos foram utilizados de maneira estratégica, buscando conseguir mesmo a adesão do auditório; mas também que influências linguísticas e extralinguísticas fizeram com que determinados argumentos aparecessem com maior frequência durante o evento comunicativo Sermão oral.
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Colóquio em Linguística e Literatura
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