O objetivo deste trabalho é apresentar uma discussão introdutória acerca da minha pesquisa de mestrado cujo propósito principal é descobrir formas de trabalho com o texto de modo a utilizar também os recursos multimodais em uma escola estadual de Pernambuco. Centrada no campo conceitual da Pedagogia dos Multiletramentos apresentada pelo grupo de Nova Londres (1996) e embasada em autores como Gomes (2015); Lemke (2010) e Rojo & Moura (2012) a pesquisa visa responder as seguintes questões: 1- a partir do conhecimento da “realidade” local e das necessidades e interesses dos alunos, quais atividades podem ser desenvolvidas? 2- qual a importância do ensino formal de outras linguagens (ou modos) para a construção de textos multimodais impressos ou digitais? Para respondê-las, além do levantamento bibliográfico, a pesquisa foi dividida em duas etapas: a primeira, já realizada durante o ano letivo de 2017, foi uma pesquisa descritiva exploratória a fim de saber como meus alunos elaboram sentidos aos textos multimodais impressos ou digitais; e segundo, a prática e documentação dos multiletramentos advindos das atividades a serem realizadas de acordo com a sequência didática/plano de trabalho/ensino. Após a pesquisa exploratória e descritiva observei que os alunos têm dificuldades quando se trata de conjugar os diferentes modos em um único texto. A escolha de uma imagem coerente para uma apresentação em PowerPoint, por exemplo, causou incertezas entre eles. Quando questionados sobre o porquê da escolha de uma imagem, os alunos não conseguiram dizer o motivo de forma clara. Porém, isso não significa que eles não possuam seus critérios “de gosto” e de apreciação estética que colaboram para a construção de novos sentidos. O desafio da segunda etapa é justamente saber quais são os critérios e, na prática, fazê-los refletir sobre suas construções e como se dá a coerência intersemiótica.
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Colóquio em Linguística e Literatura
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