O presente estudo faz parte de uma pesquisa de doutorado em Linguística, em estágio inicial, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística – PPGLL, pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL. O objetivo do estudo foi investigar os discursos envolvendo as invasões da polícia militar em algumas Universidades Públicas Brasileiras, em outubro de 2018. Durante as eleições presidenciais houve fiscalização dos conteúdos ministrados em aula levando a formas repressoras contra posicionamentos ideológicos. Nossa materialidade discursiva se concentrou em reportagens extraídas da (Revista Veja) e do Jornal (Folha de São Paulo). Além disso, destacamos um vídeo que foi veiculado na Web e na TV, pelo atual presidente da república Jair Bolsonaro sugerindo aos alunos que filmem e denunciem os professores ao ministrar suas aulas, com a finalidade de censurar conteúdos e debates ideológicos. Posteriormente, a ex-presidente do Supremo Tribunal Federal - STF, atual ministra da justiça Carmem Lúcia criticou essas invasões alegando ser este um ato inconstitucional. Além dessas imposições temos a ameaça das privatizações nas Universidades Públicas pelo novo governo cuja defesa se dá a favor da liberdade de mercado e redução do Estado. Nessas circunstâncias, o fomento à privatização desencadeia o desmantelamento e sucateamento do setor público – enquanto o setor privado avança alcançando cada vez mais espaço. A identidade teórica de nosso trabalho se situa na Análise do Discurso (AD), de vertente Pecheuxtiana adotando os trabalhos pioneiros de (HENRY, 1997), (ORLANDI, 2014, 2017), (PÊCHEUX, 1975, 2002). Além disso, a interlocução se deu com autores que abordam o universo do Ensino Superior Brasileiro, estabelecemos diálogo com (BARREYRO, 2008), (FÁVERO, 2006) e (LÜCKMANN, 2014). Nesse sentido, a lucratividade como prioridade aparece como primordial dentro das leis do mercado; sendo o conhecimento banalizado e convertido num produto comercializável, de alta rentabilidade financeira, e se traduz na mercantilização do ensino superior. A Universidade sem partido também é evidenciada, docentes se sentem intimidados/ameaçados em se posicionar, uma vez que uma Universidade cercada e controlada leva a neutralidade discursiva e isto é uma prática abusiva e impraticável.
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Colóquio em Linguística e Literatura
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