A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é uma língua de modalidade gesto-visual, oriunda de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Apesar de possuir uma gramática própria e ser reconhecida como meio legal de expressão e comunicação, os estudos em LIBRAS ainda são escassos se comparados aos estudos das línguas de modalidade oral. Neste trabalho, buscamos estabelecer um levantamento de produções científicas em língua portuguesa referentes aos estudos variacionistas em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) publicados em periódicos entre 2005 e 2017. Como fundamentação teórica recorremos à Teoria da Variação e Mudança Linguística (LABOV, 2008) e às contribuições que os estudos em línguas de sinais (STOKOE, 2001; BRITO, 1995; QUADROS, 2006). A coleta dos dados foi realizada através do sítio de busca do Google Acadêmico, no qual, por meio de uma chave de busca com termos que relacionavam os estudos em Sociolinguística e Libras, fizemos o levantamento dos trabalhos existentes. Foram encontrados 73 arquivos, dos quais 59 (80,82%) não se relacionavam ao tema ou ao objetivo da pesquisa. Dentre eles havia PPC’s de cursos de graduação e pós-graduação, artigos de outras áreas, livros, cadernos de resumos, anais de congresso, trabalhos de conclusão de curso relacionados a temas alheios à Libras e à variação linguística, ou relacionavam-se apenas a um tema ou ao outro, dentre outros. Dois resultados (2,73%) foram livros que apresentaram ao menos algum artigo referente à temática “variação e Libras”. Do total de 73 achados, nove deles (12,32%) foram de trabalhos realizados em nível de pós-graduação (dissertações e teses). E apenas foram encontrados três (4,1%) artigos dos quais dois abordam a mesma temática. Um deles não apresentava a indicação sobre a qual revista pertencia, portanto foi descartado deste estudo. Esses dois artigos são o foco deste trabalho. O primeiro trabalho “Variação sociolinguística: estudo de caso na língua brasileira de sinais”, Silva (2014) analisa a variação nos sinais PAI e MÃE na cidade de Florianópolis-SC, com foco principalmente diastrático, segundo a autora. O segundo artigo foi “O papel da variável sexo na variação fonológica da Libras”Andrade, Hora e Aguiar (2015), pesquisaram a diferença de sinalização entre surdos do sexo feminino e masculino quanto a: complexidade dos sinais, quantidade de mãos utilizada para realização do sinal e a localização onde eram realizados. Nossos dados mostram que os estudos em português acerca dos estudos variacionistas em Libras ainda são incipientes, deixando muitos fenômenos linguísticos obscuros ao nosso entendimento. Acreditamos que esse fato se dê pela pouca tradição em pesquisas em línguas de sinais no mundo, porém, as perspectivas mostram-se favoráveis, uma vez que apresentam quantitativa progressão.
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Colóquio em Linguística e Literatura
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