No intento de problematizar o conceito de memória, propõe-se pensar nas particularidades que convertem a literatura em suporte de produção para que imagens sejam atreladas à representação mimética do passado, distinguindo-a de outros suportes, a exemplo do historiográfico. Autenticando a aproximação entre literatura e memória, Tzvetan Todorov (2003) relaciona o ato de narrar à vida e o silêncio à morte, atestando que narrar assegura o lembrar; enquanto silenciar implica esquecer. Como prática social, a literatura converte-se em espaço para modos distintos de elaboração e constituição do que Eric Hobsbawm (2005) categoriza como memória do sujeito e memória compartilhada com seu grupo. Essa forma de representação do real se instaura como corporificação de uma memória que passa a ser reterritorializada ao se deslocar de seu lugar específico para ocupar um outro espaço, distinto de sua origem. Para Jacques Le Goff (1984), a memória concretiza-se na “propriedade de conservar certas informações”, o que conduz a pensá-la como elemento particularizado de construção do que se denomina “sujeito social”. Nesse sentido, competiria à fabulação narrativa revisitar uma identidade social/individual em um movimento convergente entre memória, história e ficção. O presente Simpósio pretende reunir pesquisas voltadas ao debate da escrita de mulheres e ao conceito de memória.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica