Este estudo busca investigar de que forma as perdas que constituem o sentido da paralisia da narradora em A chave de casa, da Tatiana Salem Levy, remontam às dores herdadas de seus antepassados, um legado impresso em seu próprio corpo. Percebe-se, com isso, a necessidade de reconstruir as trajetórias familiares, visando preencher as lacunas aí existentes. Nesse sentido, a escrita de si, através da mobilização da memória e da imaginação, surge como uma forma de restituir as falhas na transmissão e compreender a manifestação dessa herança na vida da narradora, que busca recuperar a mobilidade do corpo e construir um sentido para sua história. A memória é, pois, aqui, o fio condutor da narrativa e o meio de restabelecer uma identidade. Diante disso, a análise da obra está fundamentada nas formulações teóricas acerca da transmissão, da memória e da herança familiar, no que diz respeito às escritas de si, tendo como base, portanto, os estudos de Márcio Seligmann-Silva (2008), Karl Erik Schøllhammer (2009), Anne Muxel (2007), Jeanne Marie Gagnebin (2009), Joël Candau (2011), Giorgio Agamben (2009), Beatriz Resende (2008), dentre outros.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica