Ao tomarmos os textos literários como práxis social, por não serem isentos de configurações sociais e ideológicas, propomos discutir os aspectos simbólicos da linguagem erótica presente em obras literárias de autoria feminina. Pela análise de contos de Clarice Lispector, Marina Colasanti e Lygia Fagundes Telles, observamos que o erotismo se revela na interdição do texto, isto é, no plano do que não é dito, mas que se constrói pela relação simbólica com a linguagem. Observamos, ainda, como os papeis estabelecidos pela tradição patriarcal condicionam as relações das personagens, bem como ocorrem os movimentos que as impulsionam em busca de uma realização consciente sobre a sexualidade, o corpo, a mente e a condição humana. À luz da crítica feminista, trataremos a conquista de espaço por produções literárias de autoria feminina como processo transgressor, pois contempla narrativas que rompem com o foco literário tradicional, trazendo personagens femininas para o centro de experiências complexas, em obras que conectam a sexualidade com a individualidade de personagens que mergulham num processo de autoconhecimento, não apenas do corpo, mas de sua própria existência.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica