O contexto histórico da Segunda Guerra Mundial fez emergir várias questões sobre a vida no pós-guerra, o antissemitismo e a violência gratuita. Ocorreram inúmeras narrações de sobreviventes, porém, percebe-se que, por mais que se tenha escrito sobre o Holocausto, as narrativas das memórias de guerra de autoria feminina foram negligenciadas até recentemente nos estudos sobre a Shoah. Sabe-se que as mulheres experimentaram, por conta do gênero, violências distintas daquelas sofridas pelos homens. Dessa forma, à luz de teóricos tais como, Phillippe Lejeune (1998), Paul Ricoeur (2007), Elizabeth Jelin (2002) e Márcio Orlando Seligmann-Silva (2008), pretende-se discorrer, neste trabalho, sobre as memórias de Marceline Loridan-Ivens, no livro Et tu n’es pas revenu (2015), publicado 70 anos após seu retorno do campo de extermínio Auschwitz. Para tanto, faremos a contraposição entre o ideal de corpo feminino para a ideologia nazista e os corpos das mulheres que não se encaixavam nesse modelo. Apresentaremos os trechos da obra que apresentam as memórias da relação que a sobrevivente estabeleceu com o seu corpo durante o período que permaneceu em Auschwitz para analisarmos a tentativa de eliminação da identidade feminina e identificarmos os caminhos de sobrevivência que foram trilhados por ela.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica