DA PROSTITUTA À DEUSA - A MULHER AOS OLHOS DO HOMEM: UMA ANÁLISE DA FIGURA FEMININA EM DOM CASMURRO (1899) E ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA (1995)

  • Autor
  • Renan da Silva Dalago
  • Co-autores
  • Altamir Botoso
  • Resumo
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    Gentil (2004) afirma que a aventura do romance e da literatura é a aventura do homem no mundo moderno e que por meio da literatura, desde a tragédia grega, todas as narrativas literárias trazem em sua raiz o mythos. Dessa forma, ponderamos a importância da literatura como forma de arte e representação da sociedade e do mundo moderno em seu momento histórico no qual a narrativa foi escrita e também a mudança da literatura e da sociedade com o passar do tempo. O texto ficcional, inicialmente, era uma forma de arte feita por homens e com isso a figura feminina sempre foi pautada de tempos em tempos no que esses homens acreditavam. Por este viés, o presente trabalho pretende analisar a figura feminina em dois romances, sendo eles Dom Casmurro (1899), de Machado de Assis e Ensaio sobre a Cegueira (1995), de José Saramago, obras escritas em dois momentos históricos distintos. É possível observar em ambos romances, que a priori a figura feminina é construída de forma igualitária, com o mythos da Deusa, porém, Machado de Assis em sua obra, cria um personagem protagonista masculino, que narra a história de uma mulher, Capitu, sua maior paixão, que em determinado momento da obra se torna o arquétipo da prostituta, para o personagem-protagonista, uma vez que Bentinho acredita que ela o trai; por outro lado, Saramago em Ensaio sobre a Cegueira, faz da mulher uma figura com caráter protagônico, norteadora poderosa das ações e passível de ser comparada com qualquer deusa grega ou arquétipo da Grande Mãe, pois é ela que, diante do caos, guia os homens, mas ao final, assim que a cegueira branca de toda população desaparece, quando todos voltam a enxergar, o questionamento final é se agora é ela quem ficará cega, assumindo um comportamento contrário àquele de quem havia guiado os homens e ganhado relevância por ser a única com visão. Para a análise, utilizaremos estudos que tratem da crítica feminista, tais como Figueiredo (2020), Hollanda (2019) e Bonnici e Osana (2009); para a compreensão da figura mítica da mulher nas obras literárias empregaremos como base teórica Frye (1957), Melentinski (2019) e Mark e Pearson (2003).

     

  • Palavras-chave
  • Mulher. Arquétipo. Literatura.
  • Área Temática
  • 12 - Literatura, violência contra as mulheres e relações de gênero
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  • 1 - A escrita feminina em revista: Brasil e Portugal (1900-1950)
  • 2 - Maternidade, corpo e linguagem
  • 3 - Literaturas de autoria feminina na América Latina e Caribe: interlocuções, escrevivências e feminismos negros.
  • 4 - Literatura e autoria feminina latino-americana: memória, identidade e resistência
  • 5 - Mulheres que escrevem
  • 6 - Linguagens e Teoria queer
  • 7 - Escrita de mulheres: literatura e memória
  • 8 - Diálogos entre literatura, memória e história: vozes femininas no espaço literário
  • 9 - Mulheres, imprensa e memórias: interfaces entre a história e a literatura
  • 10 - Diálogos África-Brasil: diferenças e identidades na literatura de autoria feminina brasileira e africana
  • 11 - O hoje e o amanhã em obras em língua inglesa escritas por mulheres - identidade, gênero, crise e deslocamentos
  • 12 - Literatura, violência contra as mulheres e relações de gênero
  • 13-Literatura e Gênero: Identidades Culturais e Poder

Comissão Organizadora

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Critica Feminista
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