Antes que as mulheres pudessem vir a escrever acerca de determinados assuntos, elas necessitaram se deparar com questões associadas às funções sociais. No período vitoriano, as mulheres não possuíam visibilidade, sobretudo para a escrita, o público feminino era direcionado a cuidar dos filhos e do lar, e quando elas laboravam, seus trabalhos eram focados na seara doméstica, na condição de tutora, governanta ou enfermeira. O presente trabalho trata de uma análise crítica a respeito de como se dá a escrita feminina em Jane Eyre, de autoria de Charlotte Brontë, principalmente na perspectiva da teoria da memória, uma vez que essa é utilizada recorrentemente dentro da narrativa, fazendo com que nosso objetivo seja, portanto, analisar e demonstrar, na obra, os pontos que caracterizam a escrita da referida autora de forma biográfica. Para isso, partimos de uma leitura criteriosa pautada na teoria de autores como Dulong (1991), Watt (2010), Woolf (2014), Xavier (1991) e Hall (2006). Para contextualizar a análise, destacaremos alguns pontos, tais como o fato de que as mulheres, no período de produção em questão se deparavam com questões associadas às funções sociais, de forma que o público feminino era direcionado a cuidar dos filhos e do lar. Destaca-se, ainda, que a escrita das mulheres era privada e tinha várias informações de cunho pessoal. Dessa forma, Brontë tinha ciência da necessidade de permitir que a mulher fosse escutada, uma vez que o seu sofrimento estava atrelado à exclusão que sofria no meio educacional e social, e que a sua realidade em isolamento no lar fosse mostrada para o mundo. Jane Eyre, então, traz questões polêmicas como a divisão de papéis sociais e a religião, para manifestar alguns traços angustiantes aos quais o gênero feminino estava ligado diariamente.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica