Abrem-se três cenas poéticas de 2021: Cena 1. Adriana Lisboa. Assentada romancista, contista, tradutora e musicista, O vivo é seu quarto livro de poesia. Nesta obra, seus interlocutores poéticos são os reinos animal, vegetal e mineral, na busca arquetípica do contato com todas as formas vivas, cada qual assumindo seu protagonismo, sua interdependência, numa sondagem de alteridade que confere uma imaginação simbólica (DURAND, 1993), ao passo que propõe uma ética (AGAMBEN, 2018). Cena 2. Annita Costa Malufe. Alguém que dorme na plateia vazia enuncia um pensamento-paisagem (COLLOT, 2013), no qual reverbera a persistência e dissonância da memória de uma infância inventada, permeada de aldeias distantes, rio ou mar, explorando a percepção da temporalidade e da espacialização do eu lírico. Cena 3. Ana Martins Marques. Em Risque esta palavra, o eu poético elabora uma encenação dos afetos (KRISTEVA, 1989) não raro matizados de solidão, melancolia e de uma erótica verbal (PAZ, 2014). Literatura é gesto, na medida em que é endereçada, enviada, encontrando seu sentido apenas no envio (NANCY, 2016), e o gesto de abertura desses três livros, nesta comunicação, é a cortina que sobe diante dessa tríplice cena poética feminina, em suas dicções poéticas e subjetividades encenadas.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica