O presente trabalho resulta de um projeto de pesquisa que visa analisar, sob a perspectiva discursiva, o conto Melanctha (1909), da obra Three Lives (1909), da escritora norte-americana Gertrude Stein. O objetivo da pesquisa é compreender como a obra segmenta os seus personagens por meio de atributos designados a cada um deles a partir de sua etnia. A fundamentação teórica norteia-se nos estudos culturais, como o de Woodward (2000), e teorias feministas de Bell Hooks (1981;2000) e Angela Davis (1982). Para a análise, mobilizamos as contribuições da teoria semiótica nos trabalhos de Barros (2005) e Fiorin (2008). A transitoriedade que Melanctha realiza entre os supostos benefícios que a sua pele mais clara oferece e a busca constante pela aceitação da comunidade negra na qual vive é o que evidencia o limbo étnico, o entre-lugar, que preenche o cotidiano da protagonista. Como resultados finais, compreendemos que a obra utilizou-se de representações pós-escravidão em que foram submetidos negros e negras pela população branca, expondo-os a situações tão revoltantes e subumanas quanto à escravidão que viveram outrora.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica